1 pensamento brasileiro vincula-se a elaborações que se dão num âmbito mais amplo, latino-americano. O primeiro locus importante onde se procura interpretar a relação 5 América Latina (CEPAL), criada pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em 1947. É possível encontrar antecedentes a esse tipo de análise na teoria do imperialismo. No entanto, a ela- 10 com os países capitalistas avançados, interessando-se pelos países “atrasados” na medida em que desen- volvimentos ocorridos neles repercutissem para além deles. 15 leiro Caio Prado Jr., o trindadense Eric Williams e o argentino Sérgio Bagu, haviam chamado a atenção para a vinculação, desde a colônia, da sua região com o capitalismo mundial. Não chegaram, contudo, a desen- 20 Já no segundo pós-guerra, ganha impulso uma linha de reflexão que sublinha a diferença entre centro e periferia, ao mesmo tempo que enfatiza a ligação entre os dois polos. Na verdade, a maior parte das teorias sociais, 25 de forma ligada às condições particulares dos países desenvolvidos do Atlântico Norte, as tomava como tendo validade universal. Assim, o marxismo, a teoria da modernização e a economia neoclássica tendiam a 30 considerar que os mesmos caminhos seguidos pelas sociedades em que foram formulados teriam que ser trilhados pelo resto do mundo, “atrasado”.
(RICUPERO, Bernardo. “O lugar do centro e da periferia”. In: Agenda brasileira: temas de uma sociedade em mudança.
André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz (orgs.). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 94)
O texto legitima o seguinte comentário:
a)
(linhas 15 a 17) se a caracterização de Caio Prado Jr., Eric Williams e Sérgio Bagu fosse eliminada, a argumentação não perderia intensidade, pois eles são citados meramente como exemplos. |
b)
(linha 18) no segmento da sua região, o pronome remete às regiões indicadas tanto pelos adjetivos pátrios específicos, quanto pelo adjetivo pátrio que reporta ao processo de colonização. |
c)
(linha 20) a expressão tal percepção evidencia que se nega a Caio Prado Jr., Eric Williams e Sérgio Bagu a categoria de pensadores, dado que não se reconhece alguma organização intelectual na intuição que tiveram. |
d)
(linhas 21 a 24) o segmento ganha impulso uma linha de reflexão que sublinha a diferença entre centro e periferia, ao mesmo tempo que enfatiza a ligação entre os dois polos exprime a evolução simultânea de duas ações opostas, uma de desvalorização, outra de valorização. |
e)
(linha 24) A expressão Na verdade introduz esclarecimento acerca das teorias citadas, indicando com precisão que elas se preocupam com a universalidade, e não exatamente com a questão do centro e da periferia. |
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