1 Há 40 anos, a mais célebre crítica de cinema dos Estados Unidos, Pauline Kael (1919-2001), publicava seu artigo mais famoso. Era um detalhado estudo sobre “Cidadão Kane” (1941), espertamente intitulado “Raising 5 Kane” (trocadilho com a expressão “to raise Cain”, que significa algo como “gerar reações inflamadas”). No texto – que integra a coletânea “Criando Kane e Outros Ensaios”, publicada no Brasil em 2000 −, Pauline defendia que o roteirista Herman J. Mankiewicz 10 era a força criativa por trás do filme, mais importante até que o diretor, Orson Welles (1915-85). Ela queria fazer justiça a Mankiewicz, que caíra em esquecimento, enquanto Welles entrara para a história com a reputação de gênio maldito, frequentemente reivin- 15 dicando para si as principais qualidades de “Kane” e a coautoria do roteiro – embora Pauline jurasse que Welles não escrevera nem sequer uma linha do script. Independentemente do quanto de justiça e veracidade “Raising Kane” trazia (o artigo foi bastante con- 20 testado na época), surgem agora evidências de que a própria Pauline atuou de modo tão pouco ético como ela acusava Welles de ter agido. A crítica teria baseado o seu artigo nos estudos realizados por outra pessoa – 25 Howard Suber, pesquisador da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles), que colaborou com Pauline, mas que, por fim, não foi sequer mencionado no texto final.
Bruno Ghetti. “Méritos de Pauline: o retrato de uma crítica”. Folha
de S. Paulo, ilustríssima, cinema, domingo, 11 de dez. de 2011. p. 6)
Independentemente do quanto de justiça e veracidade "Raising Kane" trazia (o artigo foi bastante contestado na época), surgem agora evidências de que a própria Pauline atuou de modo tão pouco ético como ela acusava Welles de ter agido. A crítica teria baseado o seu artigo nos estudos realizados por outra pessoa - Howard Suber, pesquisador da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles), que colaborou com Pauline, mas que, por fim, não foi sequer mencionado no texto final.
Afirma-se com correção sobre o acima transcrito:
a)
Os parênteses em (o artigo foi bastante contestado na época) acolhem a razão da ressalva expressa anteriormente. |
b)
Independentemente do quanto de justiça e veracidade "Raising Kane" trazia equivale à forma correta Independente que Raising Kane tivesse de justiça e verdade. |
c)
Entende-se corretamente que a palavra agora remete ao exato instante em que o leitor realiza a leitura do texto. |
d)
O emprego de teria em teria baseado sinaliza a presença de uma hipótese que, pelo contexto, é improvável. |
e)
Em surgem agora evidências de que, o emprego do segmento destacado é determinado pelo verbo presente na frase. |
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