1 Nossa espécie passou os últimos 150 mil anos
melhorando o cérebro. Mas uma pesquisa recém-publicada por
uma equipe da Universidade de Cambridge reforçou uma tese
4 recorrente na neurociência: a de que nossa inteligência chegou
a seu limite. Os estudos ainda devem prosseguir para
confirmá-la, mas esse trabalho, somado aos que vinham sendo
7 realizados nos últimos anos, não deixa margem para muitas dúvidas.
Se evoluísse ainda mais, nosso sistema nervoso
passaria a consumir energia e oxigênio a tal ponto que
10 atrapalharia o funcionamento do resto do organismo — e isso
nunca vai acontecer porque nos inviabilizaria como espécie.
Depois de uma longa evolução, nos últimos duzentos anos
13 chegamos ao limite da inteligência.
Existe no nosso corpo uma espécie de balança
comercial de energia. O custo mínimo não nos deixa muito
16 inteligentes, enquanto o investimento máximo custa caro
demais para o organismo. Em nossa história evolutiva,
caminhamos para melhorar nossas conexões cerebrais, mas há
19 um momento em que o custo para manter o sistema nervoso
causaria uma pane nos outros órgãos, ou seja: chegamos a um
ponto em que ser ainda mais esperto significa ter um organismo
22 que vai funcionar mal.
Ed Bullmore. Nosso cérebro chegou ao limite. In: Galileu.
Internet: <http://revistagalileu.globo.com> (com adaptações).
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