O ensino tradicional de língua portuguesa investiu, erroneamente, no conhecimento da descrição da língua, supondo que a partir desse conhecimento cada um de nós melhoraria seu desempenho no uso da língua. Na verdade, a escola agiu mais ou menos como se para aprender a usar um interruptor ou uma tomada elétrica fosse necessário saber como a força da água se transforma em energia e esta em claridade na lâmpada que acendemos. Obviamente, há espaço para saber essas coisas todas e há aqueles que a elas se dedicaram e as sabem. Se precisar de uma informação, posso consultá-los. Mas o número de conhecimentos disponíveis na humanidade é imenso e muitas das tecnologias de que dispomos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las. Ninguém mais é capaz de dominar o conhecimento global disponível. Mas também não temos com as coisas uma relação mágica: sabemos que as coisas podem ser explicadas ou poderão ser explicadas um dia (há muito a saber sobre o mundo). Cada um de nós, em sua área profissional, tem conhecimentos e pode transmiti-los a outros, mas nenhum de nós imagina que todos queiram saber os conhecimentos que caracterizam a nossa profissão. É preciso saber usar eficientemente, e os conhecimentos suficientes para tanto já bastam. Ninguém precisa tornar-se especialista em tudo! O conhecimento gramatical é, pois, um conhecimento necessário para aquele que se dedica ao estudo da língua e ao seu ensino, para que possa exercer dignamente seu ofício de construir situações adequadas para aquele que quer aprender a usar a língua, selecionando, inclusive, quais desses conhecimentos lhe são necessários. Mas não é um conhecimento, em seu todo, necessário para aquele que quer aprender a ler criticamente e a escrever exitosamente.
GERALDI, João W. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas, SP: Mercado de Letras, ALB, 1996. p.71-72. Excerto adaptado.
É correto afirmar que o Texto 1 trata, primordialmente:
a)
de como a escola deve ser responsável por nos repassar todos os conhecimentos disponíveis. |
b)
do espaço que o conhecimento gramatical deve ocupar no ensino de língua portuguesa. |
c)
da incapacidade humana para conseguir explicar todas as tecnologias disponíveis. |
d)
da necessidade de os profissionais do ensino serem especialistas em língua portuguesa. |
e)
da importância do conhecimento gramatical para quem pretende ser um bom leitor e escritor. |
Analise as informações apresentadas a seguir:
1) Saber descrever bem uma língua não é garantia de melhor desempenho no uso dessa língua.
2) A escola deve ser o espaço privilegiado para que os profissionais se tornem especialistas em língua portuguesa.
3) A competência nas atividades de leitura e de escrita prescinde de maior aprofundamento do conhecimento gramatical.
4) Todos os profissionais deveriam ter conhecimento aprofundado da gramática de sua língua, já que ela é um bem comum a todos.
Estão em consonância com o Texto:
a)
1 e 4, apenas. |
b)
2 e 3, apenas. |
c)
2 e 4, apenas. |
d)
1 e 3, apenas. |
e)
1, 2, 3 e 4. |
Analise as relações de sentido apresentadas a seguir:
1) Afirmar que "o ensino tradicional de língua portuguesa investiu, erroneamente, no conhecimento da descrição da língua" equivale a afirmar que ''o ensino tradicional de língua portuguesa, erroneamente, envidou esforços no conhecimento da descrição da língua''.
2) Com a afirmação de que ''ninguém mais é capaz de dominar o conhecimento global disponível'', o autor pretendeu dizer que ''é humanamente impossível reter todo o conhecimento disponível''.
3) O segmento destacado em: ''para que possa exercer dignamente seu ofício de construir situações adequadas para aquele que quer aprender a usar a língua'' equivale semanticamente a ''aquele cujo desejo é o de saber utilizar a sua língua''.
4) No contexto em que se insere, o termo destacado em: ''para que possa exercer dignamente seu ofício de construir situações adequadas para aquele que quer aprender a usar a língua, selecionando, inclusive, quais desses conhecimentos lhe são necessários'' tem o mesmo sentido de 'discriminando'.
Estão corretas:
a)
1, 2 e 3, apenas. |
b)
1, 2 e 4, apenas. |
c)
1, 3 e 4, apenas. |
d)
2, 3 e 4, apenas. |
e)
1, 2, 3 e 4. |
No trecho, podem ser identificadas, respectivamente, as seguintes relações semânticas:
a)
concessão e adição. |
b)
condição e oposição. |
c)
comparação e causa. |
d)
conclusão e oposição. |
e)
tempo e conclusão. |
No que se refere às regras de regência verbal, esse trecho estaria igualmente correto se fosse alterado para:
a)
muitas das tecnologias a que dependemos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las. |
b)
muitas das tecnologias em que convivemos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las. |
c)
muitas das tecnologias com que lidamos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las. |
d)
muitas das tecnologias em que usufruímos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las. |
e)
muitas das tecnologias a que precisamos hoje nós sabemos usar, embora não saibamos como elas se produziram nem saibamos explicá-las. |
Analise o que se afirma a seguir, acerca de diversos aspectos gramaticais do Texto 1.
1) No trecho: O conhecimento gramatical é, pois, um conhecimento necessário para aquele que se dedica ao estudo da língua e ao seu ensino, o termo destacado tem valor conclusivo.
2) No trecho: Ninguém precisa tornar-se especialista em tudo!, a exclamação tem a função de marcar o tom categórico da afirmação feita.
3) No trecho: fosse necessário saber como a força da água se transforma em energia [...], o termo destacado está grafado sem trema em cumprimento ao último Acordo Ortográfico. Antes do Acordo, o trema era exigido para o termo.
4) No trecho: Mas não é um conhecimento, em seu todo, necessário para aquele que quer aprender a ler criticamente e a escrever exitosament, o segmento destacado poderia ser substituído por necessário àquele.Neste caso, a crase seria obrigatória.
Estão corretas:
a)
1, 2, 3 e 4. |
b)
1, 2 e 4, apenas. |
c)
2 e 3, apenas. |
d)
1 e 3, apenas. |
e)
2 e 4, apenas. |
A língua portuguesa que amo tanto
Que canto enquanto encanto-me ao ouvi-la
Em cada canto é fala, é riso, é pranto
E nada há que a cale e que a repila.
É essa língua tórrida e faceira
Inebriante e meiga e doce e audaz
Que envolve e enleia a gente brasileira
E quem a utiliza é quem a faz.
[...]
Não há quem fale errado ou fale mal
De norte a sul, é belo o que é falado
Na língua de Brasil e Portugal.
Para julgar quem fala certo ou fala errado
Não há no mundo lei, nem haverá:
Quem faz da fala língua é quem a fala
Gramática nenhuma a calará
Gramático nenhum irá cegá-la!
LOPES, Oldney. Disponível em:
http://www.oldney.net/visualizar.php?idt=433893.
Acesso em 23/09/2010. Adaptado.
Há, no Texto 2, a defesa explícita de que:
a)
a língua falada no Brasil difere daquela que é falada em Portugal |
b)
a língua merece elogios em sua modalidade falada, não na escrita. |
c)
são os falantes que fazem a língua subsistir, não os seus gramáticos. |
d)
a homogeneidade caracteriza a língua falada no Brasil, de norte a sul. |
e)
a gramática da língua do Brasil é mais complexa do que a de outras línguas. |
Entre os versos: "Para julgar quem fala certo ou fala errado / Não há no mundo lei, nem haverá:", evidencia- se uma relação semântica de:
a)
finalidade. |
b)
conclusão |
c)
causalidade |
d)
comparação. |
e)
tempo. |
Texto III
O Texto 3 pretende enfatizar, como tema principal:
a)
a responsabilidade dos políticos. |
b)
o combate à corrupção no país. |
c)
a importância da lei da ficha limpa. |
d)
o poder transformador do voto. |
e)
a necessidade do voto obrigatório. |
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