Texto I
1 O preço do feijão
2 não cabe no poema. O preço
3 do arroz
4 não cabe no poema.
5 Não cabem no poema o gás
6 a luz o telefone
7 a sonegação
8 do leite
9 da carne
10 do açúcar
11 do pão.
12 O funcionário público
13 não cabe no poema
14 com seu salário de fome
15 sua vida fechada
16 em arquivos.
17 Como não cabe no poema
18 o operário
19 que esmerila seu dia de aço
20 e carvão
21 nas oficinas escuras
22 - porque o poema, senhores,
23 está fechado:
24 "não há vagas"
25 Só cabe no poema
26 o homem sem estômago
27 a mulher de nuvens
28 a fruta sem preço
29 O poema, senhores,
30 não fede
31 nem cheira.
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1980, p. 157.
O Texto I apresenta uma série de negações, que estabelecem uma oposição entre os elementos que constituem o poema. O contraste em que se baseia a construção do texto é:
a)
público x privado. |
b)
indivíduo x coletivo. |
c)
futuro x passado. |
d)
cidade x campo. |
e)
realidade x fantasia. |
Toda a primeira estrofe do poema é construída sem conectivos, no entanto, pode-se perceber a relação de sentido que as orações estabelecem. A relação de sentido entre as orações é de:
a)
alternância. |
b)
conclusão. |
c)
oposição. |
d)
adição. |
e)
explicação. |
A última estrofe do Texto I "O poema, senhores, / não fede / nem cheira." (L. 29-31) apresenta a visão do eu lírico sobre a construção do poema. Considerando todo o texto, a afirmação da última estrofe revela a atitude de:
a)
assumir uma posição crítica acerca do fazer poético. |
b)
acomodar-se por considerar a questão irreparável. |
c)
conclamar os poetas a mudarem sua postura neutra. |
d)
sentir-se perdido diante da acomodação dos poetas. |
e)
contradizer sua visão a respeito da produção literária. |
O presente do indicativo, marcante na construção do poema, é um tempo verbal que pode ser empregado com valores diversos. Qual a explicação correta para o emprego do presente do indicativo nos versos "...o operário / que esmerila seu dia de aço / e carvão / nas oficinas escuras" (L. 18-21)?
a)
Atualização do passado histórico. |
b)
Demonstração de ação habitual. |
c)
Expressão de ação simultânea. |
d)
Indicação de um futuro próximo. |
e)
Marcação de ação momentânea. |
Texto II
1 É moda dizer que o socialismo fracassou devido
2 à natureza humana. Será? Se você quiser entender o
3 socialismo, poderá ler a História da riqueza do homem,
4 de Leo Huberman. Marx, Engels etc. já exigem mais
5 disposição, mas se você quer MESMO entender como
6 o socialismo dá certo, abandone a teoria e olhe à volta.
7 O que vê? Capitalismo por toda parte? Engano seu...
8 há um enclave socialista, diria até comunista, sólido,
9 consolidado, bem abaixo de nossos narizes e essa
10 obra, revolucionária, foi criada por um francês de nome
11 curtíssimo: Bic.
12 Ele é o inventor da caneta Bic. Não há nada mais
13 comunista do que a caneta Bic. Quer ver? Se você não
14 for encarregado do almoxarifado da empresa, for apenas 15 um homem comum, responda: quantas Bics você
16 comprou na vida? Quantas você já usou? Quantas usou
17 DO COMEÇO ATÉ O FIM?
18 Nas respostas está o segredo. Normalmente (a
19 não ser que seja almoxarife ou tarado), você não
20 comprou nem 5% das Bics que usou em sua vida. E elas
21 vêm e vão mas não pertencem a ninguém em particular.
22 São socializadas e ninguém se desespera ao ver
23 que sua Bic sumiu (experimente perder uma Parker),
24 pois tem certeza de que, em meia hora, outra estará
25 caindo em suas mãos. Você vai ao banco, preenche
26 um cheque, pede emprestada a Bic e a põe no bolso,
27 saindo lépido e fagueiro para esquecê-la com seu
28 colega de trabalho que a pediu "emprestada", mas
29 recupera, logo adiante, outra, esquecida sobre a
30 mesa...
31 As Bics se encaixam perfeitamente na máxima
32 marxista: "De cada um, segundo as suas possibilidades, 33 a cada um, segundo suas necessidades."
34 Quem pode (o almoxar i fe, por exemplo) compra
35 muitas; quem precisa serve-se de acordo com a
36 necessidade e todos ficam felizes.
37 Há maníacos pela propriedade que colocam
38 tiras de papel no interior da caneta com seu nome.
39 Só funciona - às vezes - se conhecermos o dono.
40 Do contrário, olharemos para a caneta em nosso
41 bolso e nos perguntaremos, lendo a tira de papel:
42 "Quem, diabos, é Zwinglio Kelezogulu?"
43 Depois, balançando a cabeça, embolsaremos a
44 caneta. Sem culpa. Eu não disse?
UTZERI, Fritz. Dancing Brasil. Rio
de Janeiro: Record, 2001, p. 145.
O Texto II se baseia numa comparação incomum para confirmar sua tese de que o socialismo não fracassou. Qual dos trechos transcritos a seguir NÃO demonstra a relação entre a caneta Bic e a visão socialista?
a)
"Não há nada mais comunista do que a caneta Bic." (L. 12-13) |
b)
"E elas vêm e vão mas não pertencem a ninguém em particular." (L. 20-22) |
c)
"São socializadas e ninguém se desespera ao ver que sua Bic sumiu" (L. 22-23) |
d)
"As Bics se encaixam perfeitamente na máxima marxista:" (L. 30-31) |
e)
"Há maníacos pela propriedade que colocam tiras de papel no interior da caneta com seu nome." (L. 36-37) |
O valor gramatical do vocábulo que, no trecho "Há maníacos pela propriedade que colocam tiras de papel no interior da caneta com seu nome." (L. 36-37), é o mesmo que ele apresenta em:
a)
"É moda dizer que o socialismo fracassou devido à natureza humana." (??. 1-2) |
b)
"Não há nada mais comunista do que a caneta Bic." (??. 12-13) |
c)
"você não comprou nem 5% das Bics que usou em sua vida." (??. 19-20) |
d)
"São socializadas e ninguém se desespera ao ver que sua Bic sumiu" (??. 22-23) |
e)
"pois tem certeza de que, em meia hora, outra estará caindo em suas mãos." (??. 24-25) |
Na crônica, alguns sinais de pontuação são muito expressivos, como o emprego de aspas e parênteses. O emprego do sinal de pontuação está corretamente justificado em:
(Questão anulada)
a)
"(a não ser que seja almoxarife ou tarado)" (L. 18-19) - exemplificação de algo anteriormente registrado. |
b)
"(experimente perder uma Parker)" (L. 23) - explicação de algo posteriormente anunciado. |
c)
"emprestada" (L. 26) - marcação de que a palavra não está no seu sentido real. |
d)
"(o almoxarife, por exemplo)" (L. 33) - acréscimo de uma informação para ilustrar o que será dito. |
e)
"'Quem, diabos, é Zwinglio Kelezogulu?'" (L. 41-42) - indicação de ironia presente no discurso. |
Texto III
Considere as afirmações abaixo a respeito da inscrição na placa "Proibida entrada de estranhos!" quanto à concordância nominal inadequada da frase.
I - O substantivo não vem acompanhado de artigo, logo a concordância adequada seria "proibido entrada".
II - A palavra "proibida", no feminino, exige que o substantivo com o qual concorda venha acompanhado de artigo, levando à forma "proibida a entrada".
III - A palavra "proibida" é verbo e não concorda com o substantivo "entrada", então a concordância adequada seria "proibido entrada".
É correto APENAS o que se afirma em:
a)
I. |
b)
II. |
c)
III. |
d)
I e II. |
e)
I e III. |
Alguns jovens estavam interessados em cursar a graduação na modalidade a distância. Sobre o assunto, estabeleceram o seguinte diálogo: Beatriz – Quero fazer minha faculdade a distância para não perder tempo, já que posso reduzir a duração em relação aos mesmos cursos que são feitos na forma presencial. Matheus – Comecei um curso presencial ano passado e gostaria de me transferir para a modalidade a distância, mas agora terei que continuar o presencial até a sua conclusão, ou interromper e começar novamente o curso a distância. Júlia – Eu sei que há vários momentos presenciais, como a avaliação, estágios, defesa de trabalhos e até mesmo uso de laboratórios, conforme o curso. Sofia – Meu namorado quer fazer Medicina e eu quero fazer Direito, mas soube que a criação desses cursos na modalidade a distância depende de submissão aos respectivos Conselhos, em âmbito nacional. Max – Sei que o resultado de avaliações feitas a distância tem prevalência em relação aos resultados obtidos em outras modalidades, o que ajuda a concluir o curso.
De acordo com o Decreto n o 5.622, de 19/12/2005, estão corretas APENAS as falas de:
a)
Beatriz e Matheus. |
b)
Matheus e Júlia. |
c)
Júlia e Sofia. |
d)
Sofia e Max. |
e)
Max, Beatriz e Matheus. |
O Sistema Universidade Aberta do Brasil prevê a oferta de cursos e programas de educação superior a distância por instituições públicas, em articulação com polos de apoio presencial, que são:
a)
unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância. |
b)
centros de pesquisa avançada que disponham de infraestrutura informacional para o atendimento de estudantes em diferentes mídias e recursos pedagógicos. |
c)
núcleos de atendimento, localizados nas capitais, onde ocorrem a gestão administrativa dos cursos e o apoio institucional aos estudantes regularmente matriculados. |
d)
pontos de encontro de estudantes dotados de recursos humanos que estimulem a integração social dos participantes, objetivando apoio mútuo e redução da evasão. |
e)
locais destinados a atividades presenciais obrigatórias e ao atendimento público, visando à prestação de serviços dos estudantes à comunidade local. |
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