Já por mais de uma vez foi lembrado, neste espaço, o ensinamento de Aires da Matta Machado Filho, o observar que “o povo é quem faz a língua”. Há um fundamento democrático na lição filosófica do mestre Aires, desde que obedecidos certos preceitos, normas e consolidação dos neologismos, e o desuso de tantas outras expressões. Dentro da tese do mestre Aires, é o imperialismo idiomático invadindo o país, de maneira agressiva e injustificável. É “breakfast” de manhã, “happy hour” à tarde e um “drive in” à noite. Atualmente antes de estudar o português, a criança já nada de braçada no inglês. Vai daí que pouco a pouco está sendo estruturada uma nova linguagem, na qual os estrangeirismos se somam aos neologismos, tudo caminhando para formação de uma nova expressão idiomática. Outro dia depois do “cooper” matinal, Belisário, de “training made in Brazil”, foi ao “shopping center”, acionou o “ticket” de entrada, e comprou um “ipoint”, cujo “design” tanto o impressionou ao ver a letras garrafais “SALE”. Pelas ruas e avenidas, o “out door” atrai e ilumina, enquanto nas residências a televisão se transformou em atentado ao pudor e aumento de mediocridade. Houve uma época em que se tornaram famosas as frases de um ilustre professor mineiro e de um não menos ilustre magistrado: “Ao transpor os umbrais da minha alcova”, e por aí afora, até darmos de cara com o “pouco se me dá, que a azêmola claudique”, porque, “eu quero é acicatá-la”. Nem tanto à terra, nem tanto ao mar nos ensinamentos da língua pátria. É alarmante o que se observa agora de anglicismos agredindo “a última flor do Lácio”. Os supermercados e as imobiliárias nos transmitem a impressão de que estamos nos Estados Unidos ou na Inglaterra, tamanha a quantidade de estrangeirismos utilizados para atrair os incautos. Há muitos casos em que a palavra correlata em português é tanto ou mais expressiva do que a inglesa.Em nome do modismo, sacrifica-se a autenticidade da pobre língua portuguesa.
José Bento Teixeira de Salles. Estado de Minas, 17.08.2007
O texto transcrito aponta que:
a)
A mídia escrita agride a moral. |
b)
As emissoras de rádio estimulam a preguiça intelectual. |
c)
Os out doors acentuam a mediocridade. |
d)
A mídia televisiva estimula a falta de pudor e torna o telespectador medíocre. |
São possíveis títulos para esse texto, EXCETO:
a)
Agressão à língua portuguesa. |
b)
Estrangeirismo. |
c)
Língua culta. |
d)
Imperialismo idiomático. |
Qual das alternativas abaixo apresenta uma relação de sinonímia INVERÍDICA:
a)
alcova - quarto de dormir. |
b)
incauto - inculto. |
c)
acicatar - estimular. |
d)
filologia - estudo da língua. |
É correto afirmar que é objetivo do texto, EXCETO:
a)
Criticar o uso exagerado do estrangeirismo na língua portuguesa. |
b)
Repreender a atitude dos comerciantes que se utilizam indiscriminadamente de palavras da língua inglesa para atrair os consumidores. |
c)
Estimular o uso da linguagem hermética, arcaica. |
d)
Alertar para o fato de que por mais que seja o povo quem faz a língua, o uso exacerbado de vocábulos estrangeiros agride a autenticidade da língua portuguesa. |
O uso das aspas se justifica pelo mesmo motivo nas seguintes passagens do texto, EXCETO:
a)
É breakfast de manhã, happy hour à tarde e um drive in à noite. (2° parágrafo) |
b)
Já por mais de uma vez foi lembrado, neste espaço, ensinamento de Aires da Matta Machado Filho, o observar que o povo é quem faz a língua. (1° parágrafo) |
c)
É alarmante o que se observa agora de anglicismos agredindo a última flor do Lácio (7° parágrafo) |
d)
Ao transpor os umbrais da minha alcova, e por aí afora, até darmos de cara com o pouco se me dá, que a azêmola claudique, porque, eu quero é acicatá-la. (6° parágrafo) |
Complete a lacuna com a OPÇÃO ADEQUADA:
"Há um fundamento democrático na lição filosófica do mestre Aires, desde que obedecidos certos preceitos, normas e consolidação dos neologismos, e o desuso de tantas outras expressões."
A locução conjuntiva destacada no período acima expressa uma relação________ entre as orações constantes do referido período.
a)
causal |
b)
condicional |
c)
proporcional |
d)
concessiva |
Assinale a alternativa que contém ERRO de regência verbal:
a)
Não gosto de lembrar o passado. |
b)
Consta dos autos que José não compareceu à audiência. |
c)
É preciso obedecer às leis. |
d)
Todos aspiram o progresso na vida. |
Marque a opção em que o pronome oblíquo está INDEVIDAMENTE colocado:
a)
Logo que dezembro chegar, convidá-lo-ei para passar o natal com a gente. |
b)
Em se tratando de registro público, todo cuidado é pouco. |
c)
Vá em paz, disse o velho, se despedindo do andarilho. |
d)
Coloquei-o de castigo, para que se comportasse melhor. |
Assinale a opção CORRETA quanto à concordância verbal:
a)
Faz quinze anos que deixei o interior. |
b)
Nunca deixará de existir reclamações sem qualquer fundamento. |
c)
Mais de um convidado saíram mais cedo. |
d)
Vossa Excelência decidiste com justiça. |
Em todas as orações o núcleo do sujeito foi corretamente indicado entre parênteses, EXCETO em:
(Questão anulada)
a)
No ascender do verão acentua-se o desequilíbrio. (desequilíbrio) |
b)
A operação, porém, e os seus efeitos que eram impacientemente aguardados, resultou inútil. (operação) |
c)
Ressurge ao mesmo tempo, a fauna resistente da caatinga. (fauna) |
d)
Fora de tais limites não há um exemplo único de extinção de secas. (exemplo) |
Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.