Texto 1
O cigarro, que já foi acessório de sedução nos filmes de Hollywood, é hoje malvisto pela maioria das pessoas. Mesmo assim, um contingente de 1,3 bilhão de pessoas insiste em continuar fumando. Há um consenso entre praticamente todos os governos de que é preciso baixar esse número até que o hábito de fumar seja extinto no planeta. Os fumantes custam fortunas aos sistemas de saúde pública e colaboram decisivamente para os índices de morte prematura em todos os países. Na semana passada, o Ministério da Fazenda anunciou um aumento nos impostos federais que incidem sobre os cigarros no Brasil. A medida elevará o preço dos maços de cigarros entre 20% – no caso das marcas mais populares – e 25%. O governo espera que o aumento do imposto sobre o cigarro compense a perda de receita com os benefícios fiscais concedidos ao setor de automóveis e de material de construção como recurso para enfrentar a crise econômica. Seu efeito paralelo, com certeza, será uma melhoria na saúde do brasileiro. Estudos da Organização Mundial de Saúde indicam que um aumento de 10% nos impostos sobre o fumo geralmente acarreta uma queda de 4% no consumo de cigarros, no caso dos países desenvolvidos, e de 8% nos países em desenvolvimento. O aumento de impostos, as restrições aos locais onde se pode fumar e a proibição da publicidade de cigarros são hoje as três ferramentas mais eficazes no combate ao tabagismo. Na semana passada, o Congresso americano praticamente triplicou os impostos que incidem sobre os cigarros.Antes o preço de cada maço embutia 39 centavos de dólar de imposto – agora, esse valor é de 1,01 dólar. Segundo as estatísticas, todo ano o cigarro mata 440 000 americanos – mais do que em toda a II Guerra. No Brasil, são 200 000 mortes anuais ligadas aos males decorrentes do consumo de tabaco. A União Europeia determina que os impostos sobre cigarros devem representar pelo menos 57% do preço de cada maço. Até 2014, a UE pretende elevar esse percentual para 63%. O país que mais combate o fumo na Europa é a Inglaterra. O aumento de impostos aplicado no ano passado quadruplicou o preço dos maços de cigarros. A proibição de fumar em locais públicos fechados, como restaurantes e universidades, é hoje uma tendência mundial. Cerca de 50% dos americanos e 90% dos canadenses moram em cidades onde essa norma já foi implantada. Em Paris, é proibido fumar nos cafés. Nos famosos pubs londrinos, já não é permitido acompanhar com baforadas as canecas de cerveja quente. No Brasil, a campanha antifumo começou para valer em 1996, quando o governo restringiu ao horário noturno a propaganda de cigarros no rádio e na televisão. Em 1998, o fumo foi proibido nos aviões. Inicialmente, quando a aeromoça anunciava a proibição pelo microfone, muitos passageiros comemoravam com palmas. Em 2000, a propaganda tabagista foi proibida em todos os meios de comunicação. No ano seguinte, vetou-se o patrocínio dos eventos culturais e esportivos por parte dos fabricantes de cigarros, que foram obrigados a estampar fotos chocantes nos maços. A eficácia dessas medidas foi enorme. Em 1989, 35% da população brasileira era fumante – em 2006, esse índice baixou para 17%. Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo está prevista para esta semana a votação de uma lei que não só proíbe o fumo em lugares públicos fechados como extingue a peculiar instituição dos fumódromos – locais em prédios de escritórios onde se refugiam os fumantes. No Rio de Janeiro, no ano passado, um decreto da prefeitura extinguiu os fumódromos e instituiu multa para os infratores de até 75 000 reais. No Recife, há um ano não se pode fumar em locais fechados – e até mesmo em locais ao ar livre, caso se comprove que a fumaça não se dispersa com facilidade. A má fama do cigarro nas sociedades atuais pode prejudicar os fumantes em situações diversas. Uma pesquisa sobre ambientes corporativos encomendada pela indústria farmacêutica Pfizer mostrou que, nas empresas brasileiras, 44% dos funcionários e 80% dos patrões acham que os não fumantes são mais produtivos. “De cada dez currículos que recebemos para uma vaga, pelo menos um traz no final 'não fumante', e, isso pesa na decisão do empregador”, diz Augusto Costa, diretor-geral da consultoria de recursos humanos Manpower, de São Paulo. Nos Estados Unidos, os fumantes pagam entre 15% e 20% mais por um seguro de vida. Caso o prêmio da apólice seja superior a 100 000 dólares, as seguradoras obrigam o cliente a fazer um checkup médico que pode detectar, entre outros males, o tabagismo. No Brasil, duas grandes seguradoras já cobram preços mais altos de clientes que fumam. Parece claro que, um dia, o cigarro será lembrado como uma esquisitice do passado da humanidade.
(Duda Teixeira e Carolina Romanini, in Revista Veja,08/04/2009)
Assinale a opção que tem base no texto:
a)
Só nas últimas décadas o consumo do tabaco se tornou realmente prejudicial à saúde. |
b)
A Inglaterra foi pioneira no controle do tabagismo através do aumento de impostos. |
c)
As medidas governamentais referentes ao controle do tabagismo se assemelhamnamaioria dos países. |
d)
A erradicação da propaganda de cigarros não contribuiu para a diminuição do número de fumantes no Brasil. |
e)
Os fumantes reminiscentes continuam reagindo às normas implementadas namaioria dos países |
De acordo com o texto, além da preocupação com a saúde pública, as razões motivadoras do controle do uso do tabaco são tambémde ordem:
a)
política. |
b)
econômica. |
c)
moral. |
d)
ética. |
e)
social. |
Assinale a única afirmação INCORRETA com relação ao texto:
a)
Segundo o texto as normas antifumo foram implantadas paulatinamente. |
b)
Uma pesquisa encomendada por uma indústria farmacêutica sugere que o hábito do cigarro prejudica o desempenho dos trabalhadores. |
c)
No mercado de trabalho, os não fumantes já começam a se beneficiar na concorrência por vagas em algumas empresas. |
d)
O tabagismo já pode ser detectado através de exame médico. |
e)
Apesar de todas as restrições, o tabagismo não tem chance de ser erradicado no Brasil. |
Assinale a opção em que a retirada das vírgulas acarretaria mudança de sentido:
a)
O cigarro, que já foi acessório de sedução nos filmes de Hollywood, é hojemalvisto pelamaioria das pessoas. |
b)
Na semana passada, o Ministério da Fazenda anunciou um aumento nos impostos federais que incidem sobre os cigarros no Brasil. |
c)
Seu efeito paralelo, com certeza, será uma melhoria na saúde do brasileiro. |
d)
No Brasil, a campanha antifumo começou para valer em 1996, quando o governo restringiu ao horário noturno a propaganda de cigarros no rádio e na televisão. |
e)
Inicialmente, quando a aeromoça anunciava a proibição pelo microfone, muitos passageiros comemoravam com palmas. |
De acordo como texto,NÃO se pode afirmar que:
a)
Foi comprovado que o aumento dos impostos que incidem sobre o cigarro influenciam na diminuição do número de fumantes. |
b)
As consequências advindas do aumento dos impostos que incidem sobre o cigarro variam de acordo com o poder aquisitivo das populações. |
c)
A partir de 1998, quando a campanha antitabagismo se acirrou, a população não fumante começou a se incomodar coma fumaça dos cigarros. |
d)
Atualmente, no Brasil, já foi proibida qualquer propaganda de cigarros nosmeios de comunicação. |
e)
A severidade das leis antifumo já começa a mostrar efeitos positivos nos hábitos da população |
Em:"Segundo as estatísticas, todo ano o cigarro mata 440 000 americanos...", a conjunção grifada expressa ideia de:
a)
conformidade. |
b)
comparação. |
c)
proporcionalidade. |
d)
modo. |
e)
consequência. |
Assinale a opção em que a palavra foi INCORRETAMENTE empregada:
a)
Em Paris, onde é proibido fumar até nos cafés, a população já se conformou com a restrição. |
b)
Naquele tempo, onde os artistas eram incentivados a fumar em cena, os males do cigarro não eram divulgados. |
c)
O sobrado onde morara fora deixado pelo avô e, agora, abrigava mulheres que não tinham para onde ir. |
d)
Eu não sabia realmente onde ele estava e continuava me preocupando com seu paradeiro. |
e)
Viajaram a lugares por onde nunca sonharam passar. |
A oração grifada em: "...e até mesmo em locais ao ar livre, caso se comprove que a fumaça não se dispersa com facilidade.", classifica-se como subordinada:
a)
substantiva subjetiva. |
b)
substantiva objetiva direta. |
c)
substantiva completiva nominal. |
d)
adjetiva restritiva |
e)
adjetiva explicativa |
O termo grifado em: "A má fama do cigarro nas sociedades atuais pode prejudicar os fumantes em situações diversas.", exerce função sintática de:
a)
sujeito. |
b)
predicativo. |
c)
objeto indireto. |
d)
objeto direto. |
e)
adjunto adnominal. |
Texto 2
Mais uma razão para escapar à tentação de dar o trago inicial no primeiro de uma série de cigarros. Ao contrário do que imagina o senso comum, a dependência da nicotina pode acorrentar o fumante em pouco tempo e mesmo depois de uma sucessão de baforadas esporádicas. A descoberta foi feita por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts, que acompanharam os hábitos tabagistas dos adolescentes daquela região dos Estados Unidos. De 95 jovens que eram fumantes ocasionais, 20% apresentaram sintomas de abstinência de nicotina quatro semanas após o consumo do primeiro cigarro, 17% num período de duas semanas e os 63% restantes em poucos dias. Nicotina, vício a jato.
(Revista Veja, 20/09/2000. Fragmento)
Assinale a opção em que se verifica sentido conotativo:
a)
Mais uma razão para escapar à tentação de dar o trago inicial no primeiro de uma série de cigarros. |
b)
...a dependência da nicotina pode acorrentar o fumante em pouco tempo... |
c)
A descoberta foi feita por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts... |
d)
De 95 jovens que eram fumantes ocasionais, 20% apresentaramsintomas de abstinência de nicotina... |
e)
...mesmo depois de uma sucessão de baforadas esporádicas... |
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