1 (6/10/2009) Um total de 29% dos brasileiros entre
2 dez e dezessete anos prefere falar com amigos, família
3 ou
4 colegas por meio do computador que pessoalmente, indica
5 pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira (6). Essa
6 preferência cai para 16% dos consumidores. O estudo
7 mostra ainda que dois terços dos jovens naquela faixa
8 etária
9 utilizam regularmente serviços de mensagens
10 instantâneas,
11 como MSN. As redes sociais ganham importância: já são
12 rotina para 45% dos brasileiros entrevistados em geral, e
13 para 72% dos jovens entre 18 e 24 anos. Mídias
14 Como "itens mais importantes do dia a dia", 77%
15 dos entrevistados indicaram a TV e 70%, o celular. Vêm
16 depois o computador com acesso à Internet (58%) e o rádio
17 (46%).
18 Do total da população, 30% dizem aceitar
19 propaganda no celular, que "se firma cada vez mais como
20 uma multiplataforma de comunicação", afirma Juliana
21 Sawaia, gerente de marketing do IBOPE Mídia.
22 Ao mesmo tempo
23 Como a sede de consumo dos meios é tão grande
24 para os jovens paulistanos - e região metropolitana de SP
25 - de 18 a 24 anos, quase metade deles acessam a Internet
26 enquanto assistem à TV ou enquanto ouvem rádio. No
27 entanto, 82% desta população - considerando todas as
28 faixas etárias - afirma dedicar-se a apenas um meio de cada vez.
29 Download de filmes e séries é outro hábito
30 importante para 45% dos jovens paulistanos, contra 22% do
31 público de todas as faixas etárias na região
32 metropolitana de São Paulo.
33 Pressão de informação
34 Também na região metropolitana de SP, o Ibope
35 indicou que 53% das pessoas se sentem pressionadas com a
36 quantidade de informação disponível. Ainda assim, dois
37 terços da população na região afirma que consegue absorver
38 toda a informação e a tecnologia disponíveis.
39 Com tudo isso, o tempo para lidar com os dados
40 estará, segundo praticamente metade dessa população
41 pesquisada (46%), escasso em 2020. Na lista de limitações,
42 constam ainda recursos naturais (81%), saúde (65%) e trabalho (56%).
43 A pesquisa também conta que a identificação com a
44 frase "Sinto meus dias passarem muito mais rápido do que
45 antigamente" é comum a 90% das pessoas. Além disso, 86%
46 dizem que gostariam de ter mais tempo para si.
Internet: <http://www1.folha.uol.com.br>
(com adaptações). Acesso em 23/11/2009.
Assinale a alternativa que apresenta passagem do texto I em que o verbo, segundo os gramáticos, só admite uma das formas: singular ou plural:
a)
“Um total de 29% dos brasileiros entre dez e dezessete anos prefere falar” (linhas 1 e 2). |
b)
“Vêm depois o computador com acesso à Internet (58%) e o rádio (46%)” (linhas de 13 a 15). |
c)
“Do total da população, 30% dizem aceitar propaganda no celular” (linhas 16 e 17). |
d)
“quase metade deles acessam a Internet enquanto assistem à TV ou enquanto ouvem rádio” (linhas 23 e 24). |
e)
“Na lista de limitações, constam ainda recursos naturais (81%), saúde (65%) e trabalho (56%)” (linhas de 40 a 42). |
Assinale a alternativa que interpreta corretamente informações do texto I:
a)
Olhar nos olhos, tocar, sentir o perfume e o calor do outro são necessidades básicas de todas as pessoas em suas relações familiares. |
b)
Cinquenta e oito por cento das famílias brasileiras têm computador em casa, com acesso diário à Internet. |
c)
A TV é a campeã na preferência dos brasileiros, entre os equipamentos de comunicação. |
d)
O brasileiro está ficando cada vez mais ágil na habilidade de concentrar sua atenção em mais de uma mídia eletrônica: mais de oitenta por cento da população têm sede de consumo voraz, que os leva a dedicar-se a mais de um meio de cada vez. |
e)
Dois terços da população brasileira sentem-se satisfeitos com seu grau de absorção de toda a informação e a tecnologia à disposição. |
A seguir, são apresentadas apreciações relativas a recursos linguísticos do texto I. Assinale a alternativa correta acerca desses recursos:
a)
A troca do pronome “nesta” da linha 4 por nessa alteraria o sentido da frase. |
b)
Há erro relativo à grafia na frase “o Ibope indicou que 53% das pessoas se sentem pressionadas com a quantidade de informação disponível” (linhas de 33 a 35). |
c)
Seria correta a eliminação do pronome átono “se” da linha 34. |
d)
A substituição de “Ainda assim” por E ainda na linha 35 preservaria o sentido original da frase. |
e)
Haveria erro de concordância nominal com a substituição de “disponíveis” por disponível, na linha 37. |
Com base na gramática da norma culta, assinale a alternativa correta:
a)
O termo “como” da linha 8 tem o mesmo sentido que o “Como” da linha 21. |
b)
O sinal indicativo de crase é opcional na linha 24. |
c)
O trecho “Com tudo isso, o tempo para lidar com os dados estará” (linhas 38 e 39) poderia ser corretamente modificado para Contudo, o tempo para lidar com os dados estará. |
d)
Para a tradição gramatical, há uma falha de regência verbal no trecho das linhas de 1 a 3; para a linguagem jornalística, há uma adequação à língua culta efetivamente falada no Brasil. |
e)
O termo “No entanto” (linhas 24 e 25) tem o sentido de portanto. |
1 (9/4/2009) Nestes últimos dois dias, participei da
2 gravação de um anúncio de televisão para uma loja de
3 informática. Foi um trabalho intenso: durante mais de vinte e
4 três horas, ensaiamos, gravamos, esperamos, maquiamos,
5 escutamos, esperamos, esperamos, gravamos, ensaiamos,
6 esperamos, comemos, esperamos e esperamos.
7 A equipe era composta por (pelo menos) setenta
8 pessoas. Isso mesmo, uma verdadeira superprodução. Com
9 uma estrutura hierárquica superdefinida, tudo funcionou na
10 mais milimétrica perfeição. Foi incrível. Éramos vinte atores,
11 quatro técnicos de luz, cinco de som, três maquiadores, três
12 figurinistas, doze cenógrafos, fotógrafos, umas dez pessoas
13 com as câmeras, diretor, assistente de direção, eletricistas,
14 produtores, assistentes de produção, estagiários, equipe
15 responsável pela comida, três bombeiros (?), pessoas da
16 limpeza, e outros, todos dando o seu melhor.
Tamanha quantidade de gente manuseando uma
17 tamanha quantidade de materiais técnicos. A tecnologia
utilizada ali era de ponta: câmeras super-ultra-high-tech,
18 gruas enormes, monitores, aparelhos de explosão, luzes,
19 computadores... Tecnologia desenvolvida através da história
20 da humanidade, desde a descoberta do fogo, passando pela
21 invenção da roda até chegar àquele estúdio ali. E ali
22 estávamos todos buscando dar o melhor, quem sabe até
atingir a perfeição. A máxima eficácia.
23 E tudo isso para quê? Para vender produtos de
informática. Tecnologia para desenvolver tecnologia para
24 desenvolver tecnologia, para quê? Para vender.
25 Nada contra o comércio, mas ali, metido naquele
26 circo, eu não conseguia evitar pensar, nem por um segundo,
27 que, se todo aquele enorme esforço, toda aquela incrível
28 concentração, toda aquela brilhante tecnologia, todo aquele
29 fascinante know-how, toda aquela imensa mão de obra, toda
30 aquela emocionante capacidade de mobilização fossem
31 utilizados para questões minimamente mais urgentes, não
32 sei, talvez questões tão simples quanto resolver a fome, ou
33 buscar a cura para doenças terríveis, ou até tentar solucionar
34 o problema da violência em países de terceiro mundo, quem
35 sabe se, por meio de um engajamento tão intenso e resoluto,
36 conseguíssemos algumas respostas práticas para problemas reais?
37 Digo "problemas reais" porque é bom saber discernir
38 as coisas. A publicidade, o motor que move este circo, é uma
39 verdadeira máquina de inventar problemas fictícios. Tal como
40 o destes dois dias. Toda essa parafernália que mencionei
41 estava unida para resolver um problema urgente, com um
42 claro objetivo a ser atingido no final. Esse problema era um
43 só: o de produzir uma imagem potente, capaz de seduzir o
44 consumidor e convencê-lo de que ele "necessita" daquilo
45 tudo. Convencê-lo de que ele é incapaz de viver sem aquele
46 produto. Convencê-lo de que sua alegria, sua sobrevivência,
47 sua participação no mundo depende daquilo. E não nos
48 enganemos, a publicidade não é o motor que move este
49 circo, a publicidade é uma ferramenta. Uma técnica,
50 tecnologia, portanto. O motor é o dinheiro, dinheiro querendo
51 mais dinheiro para ter mais dinheiro.
52 É fato que as grandes invenções humanas, o dito
53 progresso, passam pelo investimento e desenvolvimento de
54 práticas "inúteis". Caso acreditássemos que o que é inútil
55 fosse de fato desnecessário, nós, homens, nunca teríamos
56 chegado a desenvolver o telefone, ou o avião, o micro-ondas,
57 os computadores, não teríamos passeado na lua,
58 desenvolvido a culinária, e toda a história da arte não teria
59 existido. Seríamos primitivos. Pois é, se fôssemos incapazes
60 de investir no supérfluo, não passaríamos de meros
61 autômatos. Como já disse algum poeta ou filósofo (duas
62 brilhantes ocupações inúteis), "a melhor forma de transformar
63 o homem em objeto é dar-lhe apenas do que ele necessita".
64 Bom, pode ser que a citação não esteja exata, mas é o que o
65 filtro da memória me permite recordar. E, assim, lembro que,
66 neste mundo da eficácia em que vivemos, um grande poder
subversivo da arte (e talvez das ciências) é justamente o de
67 desenvolver tarefas inúteis. Criar pontes invisíveis,
suspender o tempo, lembrar ao homem que ele é capaz de
68 sentir dor e alegria. E, se tempo é dinheiro, por que não
69 ganhar tempo?
João Lima. Internet: <http://danceraudanger.blogspot.com>
(com adaptações)
De acordo com as ideias do texto II, é correto afirmar que:
a)
a numerosa equipe de profissionais dedicados ao trabalho de gravação de um anúncio de televisão para uma loja de informática desenvolveu uma tecnologia de ponta para o estúdio, no qual todos se esforçavam para oferecer o melhor de si, desde a descoberta do fogo, passando pela invenção da roda. |
b)
a publicidade tem o poder de criar necessidades artificiais no consumidor que vive na sociedade capitalista moderna. |
c)
o grande objetivo da arte e das ciências é o de desenvolver tarefas inúteis, supérfluas; por isso, o homem consegue extrapolar sua condição de mero autômato, ultrapassando suas necessidades básicas. |
d)
o autor propõe, com evidente humor, que a solução para problemas reais, como resolver a fome, ou buscar a cura para doenças terríveis, ou solucionar a violência em países de terceiro mundo, é o engajamento intenso e resoluto de profissionais contratados para a criação de um anúncio publicitário. |
e)
a frase de conclusão do texto demonstra que o autor defende a ideia de que, ao contrário do que preconiza a sociedade capitalista, ganhar tempo tem menos valor do que ganhar dinheiro. |
No primeiro parágrafo do texto II, aparece, repetidas vezes, o mesmo verbo. Assinale a alternativa que apresenta o efeito dessa reiteração:
a)
humor |
b)
irritação |
c)
busca da perfeição |
d)
crítica |
e)
ênfase |
Quanto aos sinais de pontuação do texto II, assinale a alternativa correta:
a)
Os parênteses da linha 7 são usados para explicar melhor algo que tinha sido dito. |
b)
Os parênteses das linhas 66 e 67 indicam ironia. |
c)
A interrogação entre parênteses da linha 15 denota dúvida a respeito da finalidade da presença dos bombeiros junto à equipe. |
d)
Os dois-pontos da linha 48 anunciam uma enumeração. |
e)
A vírgula da linha 64 e a da 65 são opcionais e foram inseridas na frase apenas para registrar pausas. |
O quinto parágrafo, que expõe ideias fundamentais para a compreensão da mensagem temática do texto II, é constituído por apenas um único período, com diversas vírgulas e um ponto de interrogação. Essa estrutura não muito usual foi montada com a finalidade de criar efeitos importantes dentro do texto. Assinale a alternativa que apresenta interpretação incorreta de fenômenos semântico-linguísticos do quinto parágrafo do texto II:
a)
A estrutura repetitiva busca criar suspense no leitor: enumeram-se reiteradamente sujeitos, com o fito de atiçar a curiosidade do leitor, deixando-o interessado no desfecho do pensamento em exposição. |
b)
Apesar de se dizer contra o comércio, o autor não poupa críticas e ironia ao trabalho que desenvolveu; isso pode ser comprovado em passagens, como “naquele circo”, (linhas 29 e 30), “questões minimamente mais urgentes” (linha 35), “questões tão simples” (linha 36). |
c)
O autor apresenta uma proposta para determinados problemas, mas não é categórico, não se acha o dono da verdade, pois demonstra incertezas; isso se comprova em expressões utilizadas por ele, como “não sei” (linhas 35 e 36), “talvez” (linha 36), “até tentar” (linha 37), “quem sabe” (linhas 38 e 39). |
d)
O emprego das construções iniciadas por “todo aquele” ou “toda aquela” demonstra o distanciamento do olhar crítico do autor: ele não quis participar, não quis estar no meio do processo; ele assistiu — de longe — a tudo que se passou. |
e)
A construção sintática de determinadas passagens revela dúvida, e a correlação modo-temporal criada está correta: a dúvida gerada por “quem sabe se” (linhas 38 e 39) combina-se sintaticamente com o pretérito imperfeito do modo subjuntivo — “conseguíssemos” (linha 40). |
Com relação a aspectos gramaticais de passagens do texto II, assinale a alternativa correta:
a)
O trecho “Nada contra o comércio” (linha 29) deixa implícitos termos importantes da oração, como o sujeito e o núcleo do predicado. |
b)
O prefixo grego super-, utilizado três vezes no texto II (“superprodução”, linha 8; “superdefinida”, linha 9; e “super-ultra-high-tech”, linha 19), tem o sentido de movimento para além de. |
c)
A expressão “por que” da linha 75 admite também, na frase em que se insere, a grafia como uma única palavra: porque. |
d)
Na passagem “algum poeta ou filósofo (duas brilhantes ocupações inúteis)” (linhas 66 e 67), está presente a figura de linguagem conhecida como zeugma. |
e)
A contração “do” na linha 68 deveria ser substituída pelo artigo o, para se manter o nível formal da linguagem. |
Acerca dos recursos linguísticos do texto II, assinale a alternativa correta:
a)
A crase da linha 23 está mal empregada, porque “aquele” é um termo masculino. |
b)
A construção “eu não conseguia evitar pensar” (linha 30) é inaceitável, pois o verbo “evitar” deve ser, em qualquer situação, seguido da preposição de. |
c)
A preposição “de” na linha 51 pode ser retirada, sem afetar gramaticalmente a frase original. |
d)
As expressões “Isso mesmo” (linha 8), “Pois é” (linha 64) e “Bom” (linha 69) são marcas que revelam características de tentativa de estabelecimento de diálogo entre o autor e o leitor; ou seja, o autor busca aproximação do leitor potencial do seu texto. |
e)
O trecho “E, assim, lembro que, neste mundo (...) capaz de sentir dor e alegria” (linhas de 70 a 75) apresenta problema de fragmentação de estruturas, com ideias soltas, sem coesão e sem coerência. |
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