A extinção de espécies animais é natural. De todas aquelas que já viveram neste planeta, 99% estão agora desaparecidas, e deve-se contar com o sumiço de algumas subespécies. A questão é a rapidez com que isso ocorre.
Estudos mostram que o impacto da humanidade acelerou em 100 vezes o ritmo natural de extinção de espécies. Muitos cientistas acreditam que estamos assistindo à sexta extinção; as outras cinco ocorreram em épocas pretéritas. O impacto do homem sobre o ambiente e seu efeito devastador para a sobrevivência de muitos animais podem ser separados em cinco ameaças, todas elas contornáveis, sem causar a ruína da economia humana: a perda ou fragmentação de hábitats, a caça predatória (a captura é mais rápida do que a capacidade de reprodução), a poluição, com destaque para pesticidas agrícolas e efluentes urbanos lançados em águas, a alteração climática e a introdução pelo homem de animais estranhos a determinado bioma.
O principal problema é, sem dúvida, a perda do hábitat. Quase 70% dos vertebrados que aparecem na lista de espécies ameaçadas são vítimas da expansão agrícola. Desmatamento, redução da camada polar, poluição dos oceanos destroem biomas, tornando a vida difícil ou impossível para os animais que deles dependem para sobreviver.
A atual extinção, não é, felizmente, um destino inevitável. "Tornou-se consenso em boa parte do mundo que devemos nos preocupar com a natureza e que só assim continuaremos a nos desenvolver", diz a diretora da Global Footprint Network, organização dedicada a calcular o impacto do homem na biodiversidade. "Há mais engajamento na luta pela conservação, sobretudo por parte das empresas", completa.
(Filipe Vilicic. Veja, Edição Especial, Sustentabilidade, dez. 2010. p. 60-62, com adaptações)
Toda a exposição do texto caminha para a conclusão de que
a)
deve haver maior controle da expansão agrícola para reduzir a degradação do meio ambiente e, por consequência, a extinção de inúmeras espécies animais. |
b)
a tentativa de algumas organizações no sentido de preservar a biodiversidade não tem produzido resultados relevantes, pois a extinção de espécies animais decorre naturalmente das alterações climáticas do planeta. |
c)
já se percebe maior conscientização, em quase todo o planeta, com relação à necessária preservação do meio ambiente no sentido de minimizar o impacto da ação humana como forma de garantir a biodiversidade. |
d)
ainda não há evidências a respeito dos resultados da atividade humana na diminuição da biodiversidade, embora a ameaça a algumas espécies esteja se tornando o foco principal de estudos científicos mais recentes. |
e)
a destruição da biodiversidade será inevitável, em pouco tempo, pois é preciso escolher entre a produção de alimentos necessários à sobrevivência humana e a destinação de áreas para a conservação de espécies animais. |
Estudos mostram que o impacto da humanidade acelerou em 100 vezes o ritmo natural de extinção de espécies. (início do 2.º parágrafo)
Com a informação acima, o autor
a)
busca comprovar a observação, apoiada em estudos científicos, de que A extinção de espécies animais é natural. |
b)
apresenta um fato que vem justificar a afirmativa expressa anteriormente de que A questão é a rapidez com que isso ocorre. |
c)
assinala certa desconfiança em relação às cinco ameaças para a sobrevivência das espécies, todas elas contornáveis, sem causar a ruína da economia humana. |
d)
condena algumas atividades decorrentes da presença humana, especialmente a expansão agrícola que, no entanto, considera ser inevitável. |
e)
discorda do posicionamento assumido pela diretora da organização dedicada a calcular o impacto do homem na biodiversidade. |
O sentido da expressão todas elas contornáveis (2.º parágrafo) se relaciona com
a)
o fato já constatado de que atualmente é quase impossível garantir a preservação da natureza em razão do atual desenvolvimento humano. |
b)
a constatação da inevitável extinção de espécies animais decorrente da atividade humana no planeta, que garante a sobrevivência da humanidade. |
c)
a importância da expansão das áreas de cultivo de alimentos, ainda que haja prejuízos a alguns biomas e às espécies animais que neles vivem. |
d)
as evidências trazidas por estudos recentes de que há ciclos naturais de extinção de espécies animais sem interferência direta da ação humana. |
e)
as atividades desenvolvidas por organizações voltadas para a preservação do meio ambiente no sentido de minimizar a possível extinção de espécies animais. |
Identifica-se uma opinião pessoal e não um simples fato no segmento:
a)
A atual extinção, não é, felizmente, um destino inevitável. |
b)
De todas aquelas que já viveram neste planeta, 99% estão agora desaparecidas, e deve-se contar com o sumiço de algu- mas subespécies. |
c)
Quase 70% dos vertebrados que aparecem na lista de espécies ameaçadas são vítimas da expansão agrícola. |
d)
A extinção de espécies animais é natural. |
e)
Desmatamento, redução da camada polar, poluição dos oceanos destroem biomas, tornando a vida difícil ou impossível para os animais que deles dependem para sobreviver. |
Em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto, está INCORRETA a afirmativa:
a)
Muitos cientistas acreditam que estamos assistindo à sexta extinção; as outras cinco ocorreram em épocas pretéritas. (2.º parágrafo) O ponto e vírgula surge para separar os dois segmentos do período por meio de uma pausa mais forte. |
b)
O longo segmento introduzido pelos dois-pontos no 2.º parágrafo constitui uma enumeração especificativa. |
c)
... tornando a vida difícil ou impossível para os animais que deles dependem para sobreviver. (3.º parágrafo) A presença de uma vírgula após o pronome que seria facultativa, pois não traria nenhuma alteração à estrutura da frase. |
d)
(a captura é mais rápida do que a capacidade de reprodução) O segmento entre parênteses, no 2.º parágrafo, contém sentido explicativo para a expressão caça predatória. |
e)
Os segmentos isolados por aspas no último parágrafo correspondem a transcrições das palavras de uma autoridade envolvida com o problema apontado no texto. |
... e deve-se contar com o sumiço de algumas subespécies. (1.º parágrafo)
A mesma relação existente entre o verbo e seu complemento, grifados no segmento acima, está em:
a)
... 99% estão agora desaparecidas ... |
b)
... sem causar a ruína da economia humana ... |
c)
O principal problema é, sem dúvida, a perda do hábitat. |
d)
... que aparecem na lista de espécies ameaçadas ... |
e)
Desmatamento, redução da camada polar, poluição dos oceanos destroem biomas ... |
A conservação de espécies animais pode ser considerada uma escolha racional.
O respeito à vida pressupõe uma relação espiritual com a natureza.
A natureza nos cerca.
Necessitamos da biodiversidade para nossa sobrevivência.
As frases acima se articulam de modo lógico, claro e correto no período:
a)
Já que a conservação de espécies animais pode ser considerada uma escolha racional, com que o respeito à vida pressupõe uma relação espiritual na natureza em nossa volta, porque necessitamos da biodiversidade para nossa sobrevivência. |
b)
Além do respeito à vida, que pressupõe uma relação espiritual com a natureza que nos cerca, a conservação de espécies animais pode ser considerada uma escolha racional, tendo em vista que necessitamos da biodiversidade para nossa sobrevivência. |
c)
Como a natureza nos cerca, e que necessitamos da biodiversidade para nossa sobrevivência, a conservação de espécies animais vem a ser considerada uma escolha racional, como a relação espiritual com a natureza sendo o suposto respeito à vida. |
d)
A natureza nos cerca, de que necessitamos da biodiversidade para nossa sobrevivência, com a conservação de espécies animais devendo se considerar uma escolha racional, com o respeito à vida pressupondo uma relação espiritual com a natureza. |
e)
Tendo em vista que a conservação de espécies animais pode ser considerada uma escolha racional, com o respeito à vida que supõe a relação espiritual com a natureza, é ela que nos cerca, sendo necessário a biodiversidade para nossa sobrevivência. |
Vivemos na muito alardeada Era da Informação. Por cortesia da internet, temos a impressão de ter acesso imediato a tudo que alguém poderia querer saber. Certamente somos mais bem informados em história, ao menos quantitativamente. Há trilhões e trilhões de bytes circulando no éter – tudo para ser colhido e ser objeto de pensamento.
E é precisamente esta a questão. No passado, nós colhíamos informações não só para saber as coisas. Isso era apenas o começo. Nós também colhíamos informações para convertê-las em alguma coisa maior que fatos e, em última análise, mais útil: em ideias que explicavam as informações. Buscávamos não só apreender o mundo, mas realmente compreendê-lo, que é a função primordial das ideias. Grandes ideias explicam o mundo e nos explicam uns aos outros.
Karl Marx chamou a atenção para a relação entre meios de produção e nossos sistemas sociais e políticos. Sigmund Freud nos ensinou a explorar nossas mentes como meio para compreender nossas emoções e comportamentos. Einstein reescreveu a física. Mais recentemente, Marshall McLuhan teorizou sobre a natureza da comunicação moderna e seu efeito na vida contemporânea. Essas ideias permitiram que nos desprendêssemos de nossa existência e tentássemos responder às grandes e atemorizantes questões de nossas vidas.
Mas se a informação foi um dia um alimento de ideias, na última década ela se tornou sua concorrente. Preferimos conhecer a pensar porque o conhecer tem mais valor imediato. Ele nos mantém "por dentro", nos mantém conectados com nossos amigos e nossa tribo. As ideias são tão etéreas, tão pouco práticas, trabalho demais para recompensa de menos. Poucos falam ideias. Todos falam informação, geralmente informação pessoal.
[Neal Gabler (The New York Times, trad. de Celso M. Paciornik), A22, Internacional.
O Estado de S. Paulo, 21 de agosto de 2011, com adaptações]
No texto, o autor
a)
reconhece a atual facilidade com que as pessoas conseguem obter as mais diversas informações, concluindo pela real importância desse amplo conhecimento. |
b)
lamenta a influência das informações disseminadas pela internet no pensamento dos grandes teóricos da humanidade. |
c)
defende a tese de que, apesar do enorme afluxo de informações, a sociedade moderna desconhece quase inteiramente os ensinamentos do passado. |
d)
condena os avanços tecnológicos, ainda que os meios eletrônicos possam favorecer a difusão de ideias grandiosas por todo o mundo. |
e)
deixa clara a diferença entre o que se percebe apenas como fatos, muitas vezes sem maior relevância, e aquilo que se entende usualmente por ideias. |
E é precisamente esta a questão. (2.º parágrafo)
A questão apontada refere-se à
a)
superioridade do número de informações trazidas pelos meios de comunicação disponíveis atualmente sobre as grandes ideias do passado, que perderam parte de seu valor no mundo moderno. |
b)
convicção de que será possível retomar as grandes teorias formuladas por célebres pensadores a partir de um conhecimento histórico mais amplo, a ser oferecido pelos atuais sistemas de comunicação. |
c)
observação a respeito da enorme quantidade de informações disponíveis à curiosidade de qualquer pessoa e da pouca disposição para uma análise mais aprofundada do conteúdo trazido por essas mesmas informações. |
d)
valorização de todo o trabalho desenvolvido por grandes pensadores que vêm tentando explicar fenômenos da realidade que nos cerca, bem como as relações inerentes a toda a vida em sociedade. |
e)
importância da internet no mundo moderno, que permitiu a universalização do conhecimento, dando margem ao aprofundamento das discussões concernentes às relações humanas. |
O teor do 3.º parágrafo
a)
justifica, por meio de exemplos, a afirmativa de que Grandes ideias explicam o mundo e nos explicam uns aos outros. |
b)
confirma a declaração de que Certamente somos mais bem informados em história, ao menos quantitativamente. |
c)
tenta comprovar que Há trilhões e trilhões de bytes circulando no éter tudo para ser colhido e ser objeto de pensamento. |
d)
leva à conclusão lógica de que Preferimos conhecer a pensar porque o conhecer tem mais valor imediato. |
e)
realça a importância do conhecimento, porque Ele nos mantém "por dentro", nos mantém conectados com nossos amigos e nossa tribo. |
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