Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto seguinte.
A velhinha contrabandista
Todos os dias uma velhinha atravessava a ponte entre dois países, de bicicleta e carregando uma bolsa. E todos os dias era
revistada pelos guardas da fronteira, à procura de contrabando. Os guardas tinham certeza que a velhinha era contrabandista, mas
revistavam a velhinha, revistavam a sua bolsa e nunca encontravam nada. Todos os dias a mesma coisa: nada. Até que um dia um
dos guardas decidiu seguir a velhinha, para flagrá-la vendendo a muamba, ficar sabendo o que ela contrabandeava e, principalmente,
como. E seguiu a velhinha até o seu próspero comércio de bicicletas e bolsas.
Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual. Significa que quem se concentra no mal
aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de aparente, ou que muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do todo,
ou que o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 41)
Os dois parágrafos que compõem o texto constituem-se, respectivamente, de uma
a) tese exposta de modo categórico e sua demonstração factual.
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b) narrativa de sentido intrigante e sua elucidação aberta em hipóteses.
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c) narrativa de propósito moral e sua contestação no confronto com outro fato.
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d) fábula de sentido enigmático e a busca inútil de seu esclarecimento.
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e) fábula formulada como hipótese e a confirmação cabal de seu sentido.
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Atente para as seguintes afirmações, referentes a segmentos do 2º parágrafo do texto:
I.em quem se concentra no mal aparentemente disfarçado descuida do mal disfarçado de aparente, a expressão
sublinhada refere-se ao contrabando que a velhinha parecia ocultar na bolsa.
II.em muita atenção ao detalhe atrapalha a percepção do todo, a expressão sublinhada refere-se ao fato de que a bolsa em
si mesma e a bicicleta, tão evidentes, não levantaram suspeitas.
III.em o hábito de só pensar o óbvio é a pior forma de distração, a expressão sublinhada refere-se ao fato de que se julgou
que o contrabando só poderia estar dentro da bolsa da velhinha.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
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b) I e II, somente.
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c) II e III, somente.
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d) I e III, somente.
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e) II, somente.
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Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
a) Embora revistada pelos guardas da fronteira, supondo que a velhinha contrabandeava, isso jamais foi localizado.
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b) Ao atravessar a fronteira, a velhinha era sintomaticamente revistada pelos guardas, embora esses nada lhe encontrassem.
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c) Tira-se várias lições a partir desta pequena narrativa, mesmo por que todas convergem na mesma direção de sentido.
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d) Ninguém imagina que um contrabando se faça à vista de todos, pois sempre se espera que um delito seja disfarçado.
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e) É comum, de fato, que uma evidência se dê tão desapercebida que mau acreditamos naquilo que se vê.
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A frase do texto Como todas as fábulas, esta traz uma lição, só nos cabendo descobrir qual mantém-se clara, correta e coerente nesta nova redação:
a) A lição que, como todas as fábulas, esta também traz, é preciso que nos caiba sua descoberta.
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b) O que nos cabem, como ocorre em todas as fábulas que trazem uma lição, é descobrir a mesma.
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c) Cabe-nos descobrir, uma vez que há uma lição em todas as fábulas, qual é a que esta contém.
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d) Todas as fábulas devem de trazer uma lição, razão pela qual nos cabe revelar a esta.
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e) Esta fábula, como as demais também apresentam, tem uma lição que nos enseja descobri-la.
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O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se, obrigatoriamente, numa forma do PLURAL para integrar de modo adequado a seguinte frase:
a)
Aos guardas da fronteira não (despertar) suspeitas o que era mais evidente nos pertences da velhinha. |
b)
Muitas vezes nos (escapar) a unidade dos detalhes expostos, ao atentarmos para a singularidade de cada um. |
c)
Às fabulas tradicionais (caber) desenvolver narrativas cujo sentido moral reste plenamente exemplificado. |
d)
Tantas vezes nos (desorientar) a evidência dos detalhes que perdemos o sentido do conjunto. |
e)
A revista que (fazer) da bolsa da velhinha não esclarecia os guardas quanto à natureza do contrabando. |
Transpondo-se para a voz passiva a frase Um dos guardas seguia a velhinha para que a flagrasse como contrabandista,
as formas verbais resultantes deverão ser
a) era seguida − fosse flagrada
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b) tinha seguido − vir a flagrá-la
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c) tinha sido seguida − se flagrasse
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d) estava seguindo − se tivesse flagrado
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e) teria seguido − tivesse sido flagrada
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Atenção: As questões de números 7 a 14 referem-se ao texto seguinte.
A música relativa
Parece existir uma série enorme de mal-entendidos em torno do lugar-comum que afirma ser a música uma linguagem
universal, passível de ser compreendida por todos. ?Fenômeno universal" ? está claro que sim; mas ?linguagem universal" ? até que
ponto?
Ao que tudo indica, todos os povos do planeta desenvolvem manifestações sonoras. Falo tanto dos povos que ainda se
encontram em estágio dito ?primitivo" ? entre os quais ela continua a fazer parte da magia ? como das civilizações tecnicamente
desenvolvidas, nas quais a música chega até mesmo a possuir valor de mercadoria, a propiciar lucro, a se propagar em escala
industrial, transformando-se em um novo fetiche.
Contudo, se essa tendência a expressar-se através de sons dá mostras de ser algo inerente ao ser humano, ela se concretiza
de maneira tão diferente em cada comunidade, dá-se de forma tão particular em cada cultura que é muito difícil acreditar que cada
uma de suas manifestações possua um sentido universal. Talvez seja melhor dizer que a linguagem musical só existe concretizada
por meio de ?línguas" particulares ou de ?falas" determinadas; e que essas manifestações podem até, em parte, ser compreendidas,
mas nunca vivenciadas em alguns de seus elementos de base por aqueles que não pertençam à cultura que as gerou.
(Adaptado de: MORAES, J. Jota de. O que é música. São Paulo: Brasiliense, 2001, p.12-14)
Quanto ao alcance da música entre os diferentes povos, o autor do texto,
a) referendando o que diz o senso comum, afirma ser um fenômeno de linguagem estritamente nacional.
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b) divergindo do senso comum, pretende que ela seja universal apenas quando entendida como linguagem.
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c) relativizando o que afirma o senso comum, propõe que ela se traduza sobretudo em vivências particulares.
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d) apoiando-se no que dizem os críticos de arte, argumenta em favor da universalidade das peças musicais.
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e) indo de encontro ao que propõe o público em geral, considera que só a música de qualidade seja universal.
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Atenção: As questões de números 7 a 14 referem-se ao texto seguinte.
A música relativa
Parece existir uma série enorme de mal-entendidos em torno do lugar-comum que afirma ser a música uma linguagem
universal, passível de ser compreendida por todos. "Fenômeno universal" ? está claro que sim; mas "linguagem universal" ? até que
ponto?
Ao que tudo indica, todos os povos do planeta desenvolvem manifestações sonoras. Falo tanto dos povos que ainda se
encontram em estágio dito "primitivo" ? entre os quais ela continua a fazer parte da magia ? como das civilizações tecnicamente
desenvolvidas, nas quais a música chega até mesmo a possuir valor de mercadoria, a propiciar lucro, a se propagar em escala
industrial, transformando-se em um novo fetiche.
Contudo, se essa tendência a expressar-se através de sons dá mostras de ser algo inerente ao ser humano, ela se concretiza
de maneira tão diferente em cada comunidade, dá-se de forma tão particular em cada cultura que é muito difícil acreditar que cada
uma de suas manifestações possua um sentido universal. Talvez seja melhor dizer que a linguagem musical só existe concretizada
por meio de "línguas" particulares ou de "falas" determinadas; e que essas manifestações podem até, em parte, ser compreendidas,
mas nunca vivenciadas em alguns de seus elementos de base por aqueles que não pertençam à cultura que as gerou.
(Adaptado de: MORAES, J. Jota de. O que é música. São Paulo: Brasiliense, 2001, p.12-14)
Atente para as seguintes afirmações: I.No 1º parágrafo, ao distinguir “fenômeno universal” de “linguagem universal”, o autor do texto distingue entre a ocorrência de uma prática planetária e os diferentes sentidos que essa prática ganha em diferentes comunidades. II.No 2º parágrafo, afirma-se que a prática da música está intimamente associada à magia, independentemente do estágio de desenvolvimento das diferentes comunidades humanas. III.No 3º parágrafo, elimina-se a relação de causa e efeito que frequentemente se estabelece entre o nível cultural de um povo e a qualidade da música que ele produz. Em relação ao texto está correto SOMENTE o que se afirma em
a) I e II.
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b) I e III.
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c) II e III.
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d) I.
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e) II.
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Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
a) uma série enorme de mal-entendidos (1º parágrafo) = uma sequência significativa de paradoxos.
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b) passível de ser compreendida (1º parágrafo) = submetida a várias interpretações.
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c) a se propagar em escala industrial (2º parágrafo) = a servir como propaganda de produtos.
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d) dá-se de forma tão particular (3º parágrafo) = discrimina de modo tão imparcial.
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e) não pertençam à cultura que as gerou (3º parágrafo) = não se incluam no contexto cultural que as produziu.
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O segmento sublinhado pode ser substituído pelo que se encontra entre parênteses, sem prejuízo para a correção, o sentido e a
clareza da frase, em:
a)
Ao que tudo indica, todos os povos do planeta desenvolvem manifestações sonoras. (Há que se constar) |
b)
Falo (...) dos povos que ainda se encontram em estágio dito primitivo (dado como) |
c)
(...) a música chega até mesmo a possuir valor de mercadoria (ainda assim) |
d)
dá mostras de ser algo inerente ao ser humano (dissimula) |
e)
essas manifestações podem até, em parte, ser compreendidas (quase, parceladamente) |
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