No debate internacional das últimas décadas sobre as questões sociais e ambientais, um dos temas mais recorrentes refere-se à agricultura. As questões que norteiam esses debates giram em torno do conceito de 5 sustentabilidade, consequentemente, de uma agricultura sustentável. A chamada agricultura sustentável, idealizada e tão aclamada em diversos círculos intelectuais, científicos e políticos, seria um tipo de agricultura que pudesse 10 conservar os recursos naturais e fornecesse produtos saudáveis (ou mais saudáveis), sem comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar dos indivíduos. Tal conceituação resulta de emergentes pressões sociais por uma agricultura que não prejudique 15 o meio ambiente, a economia, a saúde, em suma, a sociedade como um todo. Nesse sentido, a agricultura sustentável adquire, num contexto internacional, um papel extremamente relevante, visto que, apesar de seus dez mil anos, 20 a agricultura permanece sendo a atividade humana que mais intimamente relaciona a sociedade com a natureza, e em sentido inverso, mais presente na relação natureza e sociedade. Dentro desse quadro, em que condições alimentares, 25 saúde, meio ambiente, economia estão todos circunscritos, ainda há que se levarem em conta as condições de trabalho no campo, as relações inerentes desse processo. E, além disso, em contraste com outros processos produtivos, a intervenção humana na 30 agricultura não é realizada com o propósito primordial de transformar a matéria-prima num primeiro instante. Nela, o trabalho humano visa a regular, controlar ou mesmo submeter-se às condições ambientais sob as quais as plantas e os animais crescem e se reproduzem, 35 pois, nesse processo, há um momento de transformação que se realiza por dinâmicas orgânico-naturais e não pela aplicação do trabalho humano. Assim sendo, poderíamos supor na relação homem/natureza, outra vertente natureza/homem, em que 40 a natureza poderia exercer algum tipo de pressão sobre o homem. Esse ponto de vista revela a força da natureza agindo contra o homem, sendo ele obrigado a se adaptar, transformar e controlar suas ideias e habilidades, técnicas e instrumentos em prol de um 45 relativo controle pretendido sobre a terra e a natureza.
BARBOSA, Amilson. Agricultura sustentável, o homem e o meio ambiente. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gerografia/agricultura sustentável-homem-meio-ambiente.htm.> Acesso em: 30 ago.2012. Adaptado.
Do ponto de vista temático, o texto
a)
critica as técnicas empregadas na agricultura para o cultivo do solo. |
b)
estabelece diferenças entre a agricultura da atualidade e a agricultura sustentável. |
c)
revela as condições inóspitas em que o agricultor se submete para o plantio agrícola. |
d)
apresenta uma visão adversa à regularmente discutida na relação homem/natureza. |
e)
faz uma análise dos mecanismos indispensáveis para o cultivo de uma agricultura sustentável. |
A alternativa que apresenta uma análise inadequada da passagem transcrita é a
a)
“sem comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar dos indivíduos.” (l.11-13) equivale a assegurar a mesma qualidade dos alimentos a serem consumidos. |
b)
“Tal conceituação resulta de emergentes pressões sociais” (l.13-14) refere-se às cobranças que os diversos setores da sociedade fazem. |
c)
“e em sentido inverso, mais presente na relação natureza e sociedade.” (l.22-23) elimina toda e qualquer relação entre sociedade/natureza. |
d)
“em contraste com outros processos produtivos, a intervenção humana na agricultura não é realizada com o propósito primordial de transformar a matéria-prima, num primeiro instante”. (l.28-31) entende-se que diferente de outras produções, a presença humana incialmente não se prende em obter o resultado imediato do plantio. |
e)
“poderíamos supor na relação homem/natureza, outra vertente natureza/homem” (l.38-39) evidencia-se a alternância de força e a pequenez daquele diante daquela. |
Quanto aos recursos linguísticos usados no texto, a alternativa verdadeira é a
a)
A palavra “Tal” (l.13) funciona como um elemento de conexão que estabelece uma relação semântica entre o período anterior e o que se inicia. |
b)
A preposição “sobre” das linhas 1 e 45 expressa a mesma ideia de circunstância. |
c)
A ação verbal “sendo” das linhas 20 e 38 indica uma ação em estado contínuo. |
d)
A contração “Nela” (l.32) refere-se à palavra “matéria-prima”(l.31). |
e)
A expressão “Nesse sentido” (l.17) reitera a informação “em suma” (l.15). |
As palavras em negrito dos fragmentos “apesar de seus dez mil anos” (l. 19) e “ainda há que se levarem em conta as condições de trabalho” (l.26-27) expressam, respectivamente,
a)
causa e tempo. |
b)
tempo e modo. |
c)
comparação e adição. |
d)
concessão e inclusão. |
e)
contradição e tempo. |
A passagem destacada que apresenta o conectivo “que” com função gramatical diferente de “uma agricultura que não prejudique o meio ambiente” (l.14-15) é a
(Questão anulada)
a)
“que norteiam esses debates”(l.3-4). |
b)
“que pudesse conservar os recursos naturais”(l.9-10). |
c)
“que mais intimamente relaciona” (l.20-21). |
d)
“que se levarem em conta as condições”(l.26-27). |
e)
“que se realiza por dinâmicas orgânico-naturais” (l.36). |
A alternativa que apresenta uma preposição que expressa relação de modo é a
a)
“sem comprometer os níveis tecnológicos” (l.11-12). |
b)
“emergentes pressões sociais por uma agricultura” (l.13-14). |
c)
“não é realizada com o propósito primordial” (l.30). |
d)
“submeter-se às condições ambientais sob as quais as plantas” (l.33-34). |
e)
“força da natureza agindo contra o homem” (l.41-42). |
Debulhar o trigo Recolher cada bago do trigo Forjar no trigo o milagre do pão E se fartar de pão 5 Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana a doçura do mel Se lambuzar de mel Afagar a terra 10 Conhecer os desejos da terra Cio da terra, a propícia estação E fecundar o chão.
BUARQUE, Chico. Disponível em: < http://letras.mus.br/chico-buarque/86011/.> Acesso em: 7 set. 2012.
Considerando-se a mensagem do poema O cio da terra, marque V para as afirmativas pertinentes ao texto e F, para as não pertinentes
( ) O poema retrata a agricultura como ato divino, uma vez que o trabalho do cultivo da terra é algo sagrado que requer devoção.
( ) A tríade homem, natureza e alimento constitui um castigo divino que, por sua vez, se estabelece de forma desgastante pelo trabalho cotidiano.
( ) Uma das reflexões que o poema propicia é a questão da felicidade de conviver e autorrealizar-se através do cultivo da terra.
( ) O título do poema atribui à terra uma condição humana pela sua função provedora e materna para com seus filhos.
( ) Todos os últimos versos de cada estrofe mantêm com seus anteriores uma relação de consequência.
A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a
a)
F F V V V |
b)
F V F V F |
c)
V F V V V |
d)
V F V F F |
e)
V F F V F |
Os verbos “Forjar” (v.3) e “Decepar” (v. 5), dentro do contexto, significam, respectivamente
a)
transformar e arrancar. |
b)
fabricar e interromper. |
c)
inventar e decapitar. |
d)
imaginar e quebrar. |
e)
falsificar e mutilar. |
Em relação aos recursos linguísticos do poema, está correto o que se afirma em
a)
Os verbos utilizados contemplam as três conjugações verbais. |
b)
A forma verbal pertinente é o imperativo devido a sua mensagem indicativa de ordem. |
c)
A palavra “recolher” apresenta o mesmo número de letras e o de fonemas. |
d)
O oitavo verso apresenta um infração gramatical inaceitável em uma composição poética. |
e)
O uso da única vírgula do poema justifica-se para separar um aposto explicativo. |
O Novo Código Florestal envolve ao menos três pontos polêmicos tensionados por interesses ruralistas e ambientalistas. Em primeiro lugar, os parlamentares ruralistas, hegemônicos no Congresso, vêm atuando em 5 prol de uma redução das faixas mínimas de preservação previstas pelas APPs (Áreas de 5-Preservação Permanente). Os ruralistas também desejam obter permissão para realizar determinadas culturas em morros, o que é vedado pelas APPs. As zonas de RL 10 (Reserva Legal) também são foco de debate, uma vez que os ruralistas pretendem favorecer uma redução das áreas de reserva. Por fim, ambientalistas questionam a Anistia para Desmatadores, que deixariam de pagar multas referentes a desmatamentos realizados após a 15 promulgação da Lei de Crimes Ambientais (22 de julho de 2008).
NOVO CÓDIGO Florestal. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Codigo_Florestal_Brasileiro.> Acesso em: 7 set. 2012. Fragmento.
Após a leitura do fragmento da matéria, pode-se concluir:
a)
A matéria relata a disputa entre partidos antagônicos do governo, deixando inferir que, embora opostos, a votação será equilibrada. |
b)
A Anistia para Desmatadores é um reivindicação que os ambientalistas desejam incluir no novo Código Florestal. |
c)
As multas referentes aos desmatamentos estão relacionadas à Lei de Crimes Ambientais e que deverão ser anistiadas, pois foram antes da vigência da lei. |
d)
As propostas para o Novo Código Florestal, segundo a matéria, visam atender, sobremaneira, ao setor de agronegócio. |
e)
As reivindicações estão equitativamente divididas entre ruralistas e ambientalistas. |
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