Consumo impróprio?
Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil.
A proposta mais recente, que deve ser votada pelo Congresso em fevereiro, tem defensores e críticos. Se transformada em lei, criará a internação compulsória em comunidades terapêuticas para quem for apanhado com drogas. Alguns adversários acham que é castigo excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade deseja, mas não há provas disso. O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes.
Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples.
Os números da repressão são pouco animadores. Uma pesquisa recente mostrou que, num período de um ano e meio, 66% dos presos com drogas eram réus primários, e quase metade carregava menos de cem gramas de maconha. Ou seja, a repressão está concentrada na arraia-miúda.
O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados, poderá ganhar impulso se o Congresso aprovar, em fevereiro, um projeto que cria comunidades terapêuticas e estabelece internação obrigatória para desintoxicação.
Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a distinção entre o vício e o crime – e certamente o grande risco é tratar o viciado como traficante – o que pode acabar por levá‐lo mesmo para o tráfico. O projeto que está no Congresso talvez corra o risco de transformar usuários em bandidos.
E há outras propostas curiosas. Um anteprojeto produzido por uma comissão de juristas, por exemplo, sugere a descriminalização do plantio de maconha para uso próprio.
Se vingar, vai criar um trabalhão para a polícia: como garantir que o uso próprio, na calada da noite, não se transforma em consumo impróprio?
(Luiz Garcia, O Globo, 28/12/2012)
Muitas afirmações do texto se localizam no terreno do provável.
Assinale a que foge a esse padrão.
a)
“Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil”. |
b)
“Nos debates sobre o tema, a questão mais complexa parece ser a distinção entre o vício e o crime”. |
c)
“O principal problema parece ser a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes”. |
d)
“Pesquisa recente mostrou que num período de um ano e meio, 66% dos presos com drogas eram réus primários...”. |
e)
“O outro lado do combate ao vício, que é a recuperação dos viciados, poderá ganhar impulso...”. |
“Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil”.
A forma de reescrever esse parágrafo do texto que altera o seu sentido original é:
a)
Provavelmente porque seria inútil, não existe um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil. |
b)
Provavelmente não existe, porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil. |
c)
Não há, talvez porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil. |
d)
Um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil não existe, provavelmente porque seria inútil. |
e)
Talvez porque seria inútil, não há um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil. |
“Não existe, provavelmente porque seria inútil, um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico e o uso de drogas no Brasil”.
Esse primeiro parágrafo do texto é estruturado da seguinte forma:
a)
uma informação anexada à fonte dessa mesma informação. |
b)
a expressão de uma opinião seguida de um argumento taxativo. |
c)
uma afirmação acompanhada de uma explicação provável. |
d)
um fato comprovado junto a dados científicos sobre esse fato. |
e)
uma notícia com a sua localização temporal e espacial. |
Assinale a alternativa em que as duas ocorrências do vocábulo sublinhado não possuem o mesmo sentido.
a)
“...vai criar um trabalhão para a polícia...” / “...sugere a descriminalização do plantio de maconha para uso próprio”. |
b)
“...um levantamento sobre formas e maneiras de combater o tráfico...” / “Nos debates sobre o tema...”. |
c)
“A proposta mais recente...” / “Nada mais simples”. |
d)
“Se transformada em lei, criará a internação compulsória...” / “...poderá ganhar impulso, se o Congresso aprovar...”. |
e)
“...a dificuldade de distinguir entre viciados e traficantes” / “...parece ser a distinção entre o vício e o crime”. |
O segundo parágrafo do texto fala da proposta legal mais recente sobre as drogas. Sobre essa proposta, segundo o conteúdo desse parágrafo, assinale a afirmativa inadequada.
a)
A proposta não desfruta de um apoio generalizado. |
b)
O rigor excessivo se refere à internação compulsória. |
c)
A dificuldade de distinguir viciados e traficantes deve prejudicar a aplicação da lei. |
d)
A sociedade deseja, aparentemente, que os viciados sejam internados para tratamento. |
e)
Os opositores da lei são mais numerosos que seus defensores. |
“Alguns adversários acham que é castigo excessivo; os que a defendem sustentam que é isso mesmo que a sociedade deseja, mas não há provas disso”.
Um texto apresenta sempre elementos que retomam elementos anteriores, dando coesão ao que se escreve. Assinale a alternativa que indica, nesse período, o elemento que não retoma qualquer termo anterior.
a)
os. |
b)
a. |
c)
isso. |
d)
que. |
e)
disso. |
O segundo parágrafo do texto exemplifica um tipo de gênero textual. Por sua estruturação, sua classificação mais adequada é a de
a)
expositivo informativo. |
b)
expositivo didático. |
c)
argumentativo polêmico. |
d)
narrativo publicitário. |
e)
descritivo científico. |
“Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples.”
Sobre os constituintes desse segmento, assinale a afirmativa correta.
a)
Ilona Szabo, por não ser identificada de forma precisa, não traz qualquer credibilidade ao texto. |
b)
O indefinido “alguma”, no contexto em que está, tem valor negativo. |
c)
O termo “Ilona Szabo” aparece entre vírgulas por ter valor de vocativo. |
d)
A preposição “de”, em suas três ocorrências, tem emprego obrigatório, em função de ser solicitada por algum termo anterior. |
e)
O período “nada mais simples” indica uma opinião do traficante de drogas. |
“Uma especialista da ONU, Ilona Szabo, lembra que a quantidade de drogas em poder do cidadão não prova coisa alguma: apenas cria para o traficante a necessidade de ter estoques do produto escondidos e só levar consigo pequenas quantidades de cada vez. Nada mais simples”.
No caso desse segmento do texto, o vocábulo “produto” se refere a “drogas”, mostrando a substituição de um termo específico (drogas) por um termo mais geral (produto). Assinale a frase em que ocorre o mesmo processo.
a)
Alguns traficantes de drogas foram presos e aqueles que transportavam maconha foram considerados de menor periculosidade. |
b)
Já houve muitas leis que abordavam o comércio de drogas, mas nenhuma delas conseguiu impedir a venda do produto. |
c)
As autoridades estão agora estudando um novo projeto de lei sobre as drogas, mas é difícil que deputados e senadores cheguem a uma conclusão de forma rápida. |
d)
A internação obrigatória de viciados parece ser um desejo de toda a sociedade, mas a penalidade ainda tem muitos críticos. |
e)
A venda de cocaína aumenta no momento de grandes festas populares e é curioso que até hoje não se saiba de onde provém tanta coca. |
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