Em relação às informações do texto, assinale a opção correta:
A produção brasileira de petróleo e gás certamente dará um salto quando estiverem em operação os campos já descobertos na chamada camada do pré-sal. Embora essa expansão só possa ser efetivamente assegurada quando forem delimitadas as reservas, e os testes de longa duração confi rmarem a produtividade provável dos campos, simulações indicam que o Brasil terá um saldo positivo na balança comercial do petróleo (exportações menos importações), da ordem de 1 milhão de barris diários. Com isso, o petróleo deverá liderar a lista dos produtos que o Brasil estará exportando mais ao fim da próxima década. O petróleo é negociado para pagamento a vista (menos de 90 dias). Então, é um volume de recursos que pode ter, de fato, forte impacto nas finanças externas do país. Como é uma riqueza finita, a prudência e a experiência econômica recomendam que o Brasil tente poupar ao máximo essa renda adicional proveniente das exportações de petróleo. O mecanismo mais usual é conhecido como fundo soberano, por meio do qual as divisas são mantidas em aplicações seguras que proporcionem, preferencialmente, bom retorno e ainda contribuam positivamente para o desenvolvimento da economia brasileira. Os resultados dessas aplicações devem ser direcionados para investimentos internos que possibilitem avanços sociais importantes (educação, infraestrutura, meio ambiente, ciência e tecnologia).
(O Globo, Editorial, 13/10/2009)
a)
É indiscutível que, quando estiverem em operação os campos da camada do pré-sal, o Brasil terá um saldo na balança comercial do petróleo da ordem de 1 milhão de barris diários. |
b)
É recomendável que os recursos arrecadados com a exploração do petróleo da camada do pré-sal sejam mantidos num fundo seguro, que proporcione retorno garantido e contribua favoravelmente para o desenvolvimento da economia brasileira. |
c)
Somente quando estiverem em operação os campos da camada do pré-sal, o petróleo será negociado para pagamento a vista. |
d)
Estima-se que, no final da próxima década, com os campos do pré-sal já em operação, o Brasil lidere a lista dos países importadores de petróleo, com forte impacto na balança comercial. |
e)
A renda adicional proveniente da exportação do petróleo da camada do pré-sal deverá ser aplicada diretamente em investimentos com repercussão na área social. |
Assinale a opção correta a respeito do texto.
Aferrado à valorização do aqui e agora, o sábio indiano Svâmi garante que “só o presente é real”, o que equivale a considerar o passado e o futuro como puras ilusões. Viver no presente implica aceitar o primado da ação (o ato) sobre a esperança, o que equivale a trocar a passividade do estado de espera pela manifestação ativa da vontade de fazer. Em outras palavras, importa a flecha mais do que o alvo, o ato mais do que a expectativa. Como bem acentua Comte-Sponville, a ausência pura e simples de esperança não corresponde à mágoa, traduzida na acepção comum da palavra desespero. O desespero/desesperança é, antes, o grau zero da expectativa, portanto um regime de acolhimento do real sem temor, sem desengano, sem tristeza. Esse regime, ou essa regência, pode ser chamado de beatitude ou de alegria: uma aceitação e uma experiência da plenitude do presente.
(Muniz Sodré. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006, p.206)
a)
O autor do texto defende a ideia de que o ser humano, ao criar expectativas em relação ao futuro, não deve desesperar-se, mas, sim, manter-se passivo no estado de espera. |
b)
A ideia central desenvolvida no texto baseia-se no pressuposto de que se vive, atualmente, uma era em que predomina o desespero. |
c)
Uma das ideias secundárias desenvolvidas no texto é a de que os fins justificam os meios, como se depreende do trecho “importa a flecha mais do que o alvo”. |
d)
Uma das ideias desenvolvidas no texto é a de que o real só é, de fato, apreendido quando o indivíduo compreende o passado e o futuro como ilusões. |
e)
Para sustentar a ideia apresentada no primeiro parágrafo, o autor do texto argumenta que é o medo do futuro que motiva os indivíduos a viverem intensamente o aqui e agora. |
Assinale a opção que apresenta corretamente ideia contida no trecho abaixo. O período a que, hoje, assistimos se caracteriza pela perda de legitimidade dos governos e dos modelos neoliberais, mas, ao mesmo tempo, por dificuldades de construção de projetos alternativos. Uma das barreiras para a construção de tais projetos é o próprio fato de esses governos estarem engajados em uma estratégia de disputa hegemônica contínua, convivendo com o poder privado da grande burguesia – das grandes empresas privadas, nacionais e estrangeiras, dos bancos, dos grandes exportadores do agronegócio, da mídia privada. Se essa elite econômica não dispõe de grande apoio interno, conta com grandes aliados no plano internacional, especialmente entre os países globalizadores.
(Emir Sader. A nova toupeira: os caminhos da esquerda latinoamericana. São Paulo: Boitempo, 2009)
a)
Quanto maior o engajamento de um país em disputas por hegemonia, maior a crise de legitimidade das políticas neoliberais por ele desenvolvidas. |
b)
A elite econômica de um país globalizado prescinde de apoio interno para manter seu poder hegemônico sobre os governos carentes de legitimidade. |
c)
O poder hegemônico dos países globalizadores difi culta o avanço de projetos que visem à superação dos modelos neoliberais. |
d)
A maior dificuldade dos governos de países globalizados é enfrentar a aliança da mídia privada com os países globalizadores. |
e)
Na elite econômica de um país, é a mídia privada que mais poder exerce sobre o governo de um país. |
Assinale a opção que reproduz corretamente ideia contida no trecho abaixo. A realidade dos juros não se restringe ao mundo das finanças, como supõe o senso comum, mas permeia as mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual. A face mais visível dos juros monetários – os juros fixados pelos bancos centrais e os praticados nos mercados de crédito – representa apenas um aspecto, ou seja, não mais que uma diminuta e peculiar constelação no vasto universo das trocas intertemporais em que valores presentes e futuros medem forças. Pode-se, por exemplo, examinar a moderna teoria biológica do envelhecimento como uma troca intertemporal cuja síntese é “viver agora, pagar depois”. A senescência dos organismos é a conta de juros decorrente do redobrado vigor e aptidão juvenis.
(Texto adaptado de Eduardo Giannetti. O valor do amanhã: ensaio sobre a natureza dos juros. São Paulo: Companhia das Letras, 2005)
a)
Ao se fazer analogia entre os juros pagos em transações financeiras e os pagos em relações sociais, verifi ca-se que, apesar de, nestas, eles estarem embutidos, não há interesse da sociedade em desvelar esse fato. |
b)
A moderna teoria biológica prioriza as análises que abordam as mudanças no corpo do ser humano como trocas intertemporais às quais é inerente o pagamento de juros. |
c)
Os juros mais altos pagos pelos cidadãos são aqueles que, sorrateiramente, resultam da própria natureza finita dos seres humanos, determinada pelo irreversível envelhecimento do corpo. |
d)
O conceito de juros tem sido aplicado restritamente às situações do mercado financeiro porque, via de regra, prevalecem, nas sociedades, as noções estabelecidas pelo senso comum. |
e)
Prevalecendo a característica dos juros de que eles sempre envolvem uma troca intertemporal, a aplicação do conceito de juros pode ser estendida a outras situações da vida dos indivíduos. |
Nas opções, são apresentadas propostas de continuidade do parágrafo abaixo. Assinale aquela em que foram atendidos plenamente os princípios de coesão e coerência textuais. Duas ameaças simétricas rondam a determinação dos termos de troca entre presente e futuro. A miopia temporal envolve a atribuição de um valor demasiado ao que está próximo de nós no tempo, em detrimento do que se encontra mais afastado. A hipermetropia é a atribuição de um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das demandas e interesses correntes.
(Eduardo Giannetti. O valor do amanhã: ensaio sobre a natureza dos juros. São Paulo: Companhia das Letras, 2005)
a)
Contudo, a miopia temporal nos leva a subestimar o futuro, e a hipermetropia a supervalorizar o futuro, o que desfaz, em parte, a referida simetria. |
b)
Por serem ameaças cujo resultado é idêntico, tanto a miopia temporal quanto a hipermetropia tornam irrelevante o fenômeno dos juros nas situações de troca entre presente e futuro. |
c)
Apesar dessa simetria, não existe uma posição credora – pagar agora, viver depois –, mesmo porque sempre abrimos mão de algo no presente sem a expectativa de recebermos algo no futuro. |
d)
Diante dessas ameaças, cabe perguntar se existe um ponto certo – um equilíbrio estável e exato – entre os extremos da fuga do futuro (miopia) e da fuga para o futuro (hipermetropia). |
e)
Essa simetria conduz, portanto, à conclusão de que vale mais a pena subordinar o presente ao futuro, e não, o contrário, o que nos fará atribuir valor excessivo ao futuro, sem risco de incorrermos em hipermetropia temporal. |
Assinale a opção que constitui continuação coesa, coerente e gramaticalmente correta para o texto de Luiz Gonzaga Beluzzo, adaptado do Valor Econômico de 14 de outubro de 2009. A marca registrada das crises capitaneadas pela finança é o colapso dos critérios de avaliação da riqueza que vinham prevalecendo. As expectativas dos possuidores de riqueza capitulam diante da incerteza e não é mais possível precificar os ativos. Os métodos habituais que permitem avaliar a relação risco/rendimento dos ativos sucumbem diante do medo do futuro. A obscuridade total paralisa as decisões e nega os novos fluxos de gasto.
a)
Essa decisão pela corrida privada para as formas imaginárias, mas socialmente incontornáveis do valor e da riqueza vai afetar negativamente a valorização e a reprodução da verdadeira riqueza social, ou seja, a demanda de ativos reprodutivos e de trabalhadores. |
b)
Em contraposição a esse fenômeno, depois do colapso financeiro deflagrado pela quebra do Lehman Brothers, os preços dos ativos privados foram atropelados pelos mercados em pânico, na busca impossível da desalavancagem coletiva. Vendedores em fúria e compradores em fuga fizeram evaporar a liquidez dos mercados e prometiam uma deflação de ativos digna da Grande Depressão dos anos trinta. |
c)
Contanto que a reação das autoridades dos países desenvolvidos foi menos efi caz para restabelecer a oferta de crédito no volume desejado e impotente para reanimar o dispêndio das famílias e dos negócios. Empresas e consumidores trataram de cortar os gastos (e, portanto a demanda de crédito) para ajustar o endividamento contraído no passado à renda que imaginam obter num ambiente de desaceleração da economia e de queda do emprego. |
d)
Essas intervenções dos bancos centrais e dos Tesouros, sobretudo nos Estados Unidos, conseguiram, aos trancos, barrancos e trombadas legais, estancar a rápida deterioração das expectativas. Contrariando os augúrios mais pessimistas, a ação das autoridades foi capaz de afetar positivamente as taxas do interbancário e restabelecer as condições mínimas de funcionamentos dos mercados monetários. |
e)
Em tais circunstâncias, a tentativa de redução do endividamento e dos gastos de empresas e famílias em busca da liquidez e do reequilíbrio patrimonial é uma decisão “racional” do ponto de vista microeconômico, mas danosa para o conjunto da economia, pois leva necessariamente à deterioração dos balanços. É o paradoxo da “desalavancagem”. |
Os trechos constituem um texto adaptado de Muniz Sodré (As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política), mas estão desordenados. Ordene-os, indique a ordem dentro dos parênteses e assinale a opção que corresponde à ordem correta:
( ) Ao redor do que se tem chamado de “imprensa de opinião” ou de “publicismo”, organizaram-se os espaços públicos das democracias inaugurais na modernidade ocidental.
( ) O espaço público realiza, modernamente, a mediação dos interesses particulares da sociedade civil, visando principalmente a preservar as garantias dos direitos individuais frente ao poder do Estado. É aí fundamental o papel da imprensa.
( ) É preciso deixar claro, contudo, que, a despeito de sua grande importância, a imprensa não define o espaço público. Ele não é um puro espaço de comunicação e, sim, uma potência de conversão do individual em comum, o que não deixa de comportar zonas de sombras ou de opacidades não necessariamente comunicativas.
( ) Assim, a ampliação técnica da tradicional esfera pública pelo advento da mídia ou de todas as tecnologias da informação não implica necessariamente o alargamento da ação política.
( ) Por outro lado, vem definhando a representação popular, que era o motor político do espaço público e base da sociedade democrática, fenômeno que remonta ao século XIX, quando a experiência da soberania popular se converteu em puro diálogo, senão em mera encenação espetacular.
a)
2, 4, 1, 3, 5 |
b)
2, 1, 5, 4, 3 |
c)
1, 2, 4, 5, 3 |
d)
2, 1, 3, 5, 4 |
e)
3, 5, 1, 2, 4 |
Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de O Globo, Editorial, 14/10/2009, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses e indique a sequência correta:
( ) Esse quadro se alterou significativamente: em volume, a produção nacional de petróleo vem se mantendo próxima aos patamares de consumo doméstico. A redução dessa dependência no campo da energia foi acompanhada por um salto expressivo nas exportações brasileiras (que cresceram uma vez e meia na última década), com razoável equilíbrio entre produtos básicos e manufaturados na pauta de vendas.
( ) Apesar de a economia brasileira ter ainda um grau de abertura relativamente pequeno para o exterior — se comparado à média internacional —, o câmbio sempre foi apontado com um dos fatores mais vulneráveis do país. No passado, o Brasil era muito dependente de petróleo importado e de insumos essenciais para a indústria.
( ) Além desse equilíbrio, os programas de ajuste macroeconômico têm garantido uma estabilidade monetária que ampliou o horizonte de investimentos e as possibilidades de um desenvolvimento sustentável de longo prazo.
( ) Tal promoção foi reforçada pela capacidade de reação da economia brasileira à recente crise financeira, a mais grave que o mundo atravessou desde o fi m da Segunda Guerra Mundial.
( ) Assim, as principais agências classifi cadoras de risco promoveram a economia brasileira para a categoria daquelas que não oferecem risco cambial aos investidores estrangeiros.
a)
2, 1, 3, 5, 4 |
b)
5, 3, 4, 1, 2 |
c)
4, 5, 2, 3, 1 |
d)
3, 2, 1, 4, 5 |
e)
4, 1, 2, 3, 5 |
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto adaptado do Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009.
Vários, e de distintos naipes, foram os questionamentos __1__ construção do IDH como tal. Por que não mortalidade infantil de crianças abaixo de 5 anos de idade em vez de expectativa de vida? Por que não incluir outros indicadores, tais como nível de pobreza, déficit habitacional, acesso __2__ água potável e saneamento básico? Por que não acrescentar outras dimensões relacionadas __3__ meio ambiente (que afeta o padrão de vida desta e das próximas gerações), aos direitos civis e políticos, __4__ segurança pessoal e no trabalho, __5__ facilidade de locomoção? Qual a confi abilidade dos dados fornecidos por quase duas centenas de países? Há uma escassez de informação em relação __6__ maioria das dimensões sugeridas para uma comparação internacional, sem contar __7__ confiabilidade dos dados.
a)
|
b)
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c)
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d)
|
e)
|
Em relação ao texto, assinale a opção correta:
Sintoma do arrefecimento da ideologia nos mais variados âmbitos da vida social, há uma distinção, presente no meio acadêmico, segundo a qual, enquanto nas décadas passadas as grandes celeumas intelectuais 5 tinham como pano de fundo embates ideológicos, hoje as disputas girariam basicamente em torno de divergências metodológicas. A discussão em torno do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – cujo ranking divulgado este ano mostra um ligeiro avanço 10 da pontuação do Brasil, embora o país continue na 75.ª colocação – não poderia fugir à regra. Criado pelos economistas Mahbub ul Haq e Amartya Sen e calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Índice de Desenvolvimento 15 Humano, ao longo dos anos, vem recebendo uma série de críticas da comunidade científica internacional. Críticas metodológicas, por pressuposto. Baseado em três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano, o IDH combina indicadores socioeconômicos, 20 relacionados à renda (medida pelo Produto Interno Bruto per capita), à saúde (entendida como a capacidade de se levar uma vida longa e saudável, expressa pela expectativa de vida ao nascer) e à educação (medida pela alfabetização da população acima de 15 anos 25 associada às taxas de matrícula do ensino fundamental ao superior).
(Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009)
a)
A expressão “arrefecimento” (L. 1) está sendo empregada com o sentido de aquecimento, fortalecimento. |
b)
O cálculo do IDH leva em consideração índices relativos à renda, à saúde e à educação no país. |
c)
Pelos sentidos do texto, percebe-se que há unanimidade na comunidade científica internacional quanto à correção da metodologia adotada para determinar o Índice de Desenvolvimento Humano. |
d)
No meio acadêmico, os atuais embates ideológicos passam ao largo das divergências metodológicas. |
e)
A palavra “celeumas” (L.4) está sendo empregada com o sentido de consenso. |
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