“Só existem dois dias em que nada pode ser
feito: um se chama ontem e o outro amanhã” - Dalai
Lama. Início de ano é sempre a mesma coisa: “Este
ano vou emagrecer”, “Este ano vou arranjar um bom
5 trabalho”, “Este ano vou achar o amor da minha vida”,
este ano, este ano... e por aí vai. Vale tudo (ou quase
tudo): roupa branca, pular sete ondas, comer lentilha,
se consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos
que podem até nos dar uma previsão. Contudo, mais
10 que prever o futuro é preciso concebê-lo! Conceber
o futuro é somar novos esforços àqueles já feitos
anteriormente em busca de um objetivo muito bem
definido e planejado, sem esquecer que esse futuro
que concebemos deve estar sempre em congruência
15 com nosso eu. São muitas as promessas que fazemos
com o raiar de um novo ano.
A sensação que se tem é a de que ganhamos
um caderno novinho em folha, com páginas em branco
nas quais escreveremos uma nova história. Mas muitos
20 esquecem que para fazer uma vida nova é preciso não
apenas de um novo ano, mas sim de um conjunto de
ações que, em minha opinião, podem ser resumidas em
três: visão, autoconhecimento e autodesenvolvimento.
Assim, acredito que o primeiro passo na construção de
25 uma vida nova começa pela definição de uma visão:
o que você quer da vida? Tem gente que vive apenas
fazendo o que a vida quer, usando o velho lema do
Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar”. Prefiro ficar
com o Jota Quest que diz: “a gente leva da vida a vida
30 que a gente leva”.
A visão pessoal tem o poder de dar sentido às
coisas, muitas vezes aparentemente insignificantes.
Ela responde aos porquês. Por que quero emagrecer?
Por que quero conseguir um trabalho novo? Por que
35 estou fazendo isso ou aquilo? Ela nos guia e nos
mantém no caminho, afinal para quem não sabe
aonde vai qualquer caminho serve. O Amir Klink tem
uma frase brilhante que diz: “É muito triste passar a
vida inteira cumprindo as suas obrigações sem nunca
40 ter construído algo de fato”. Primeiro passo concluído,
você sabe o que quer da vida. Agora é preciso saber
o que é necessário para concretizar essa visão, para
transformá-la em ação.
O segundo degrau dessa escada é saber quem
45 você é. “Conhece-te a ti mesmo”, como diria Sócrates,
é fundamental. Literalmente, é preciso se olhar no
espelho. Fazemos isso o tempo todo com os outros,
observando seus comportamentos, suas ações e até
seus aspectos físicos. Mas, quanto tempo das nossas
50 vidas nos dedicamos à auto-observação? Olhar para
si mesmo às vezes é duro: descobrimos coisas que
nem sempre nos agradam, mas só assim é possível
corrigi-las.
Tendo um objetivo claro e se conhecendo fica
55 muito mais fácil definir quais “armas” usar. É como
viajar: a depender do destino você arruma sua mala.
Se você for para o Alasca e não tiver roupas de frio terá
que comprar ou pedir emprestado. O passo seguinte
é se desenvolver. Ou seja, eu sei pra onde quero ir,
60 conheço minhas forças e fraquezas, o que preciso
aprimorar e/ou adquirir para chegar lá? Conhecimento,
comportamento e atitudes.
Uma avaliação 360º tornará possível identificar
em quais aspectos precisaremos “caprichar” mais. É
65 necessário armar-se competências, lembrando que
o sucesso de ontem não nos garante o sucesso de
amanhã. Somando essas três ações e dedicando-se a
elas está feito o caminho. Daí é fazer um acordo consigo
mesmo e segui-lo à risca. Mais do que estabelecer
70 metas, é preciso planejar, buscar novas oportunidades,
ter iniciativa, adquirir as informações necessárias, dar
o melhor de si, comprometer-se com suas escolhas,
cultivar sua rede de contatos, ter autoconfiança, correr
riscos sempre calculados e persistir.
75 Algumas pessoas tentam, fazem de tudo,
mas não conseguem. Para esses deixo uma frase do
Bernardinho, técnico da seleção brasileira masculina
de vôlei: “Podemos até não vencer o campeonato,
mas precisamos deixar a quadra com a certeza de que
80 fizemos o melhor que pudemos”. Outras ganham fôlego
no início, mas acabam desistindo. Esses são aqueles
que esperam pelos próximos anos, para começar
tudo novo de novo. E há ainda aqueles que vão até
o final, caem, levantam a poeira e dão volta por cima.
85 Mas é assim que a vida segue. Mensagem final? Não.
Mensagem inicial (aqui vai ela): “Pedras no caminho?
Guarde todas! Um dia construirá um castelo”.
Carolina Manciola
Disponível em <http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/6506/alem-da-aparencia.html>. Acesso em: 01 jul 2010. (Adaptado).
A passagem do texto que, específica e semanticamente, ratifica a afirmativa de que as pessoas, em geral, estão sempre postergando suas realizações é:
a)
“Só existem dois dias em que nada pode ser feito:” (L. 1-2) |
b)
“...este ano, este ano... e por aí vai” (L. 6) |
c)
“Vale tudo (ou quase tudo):” (L. 6-7) |
d)
“...roupa branca, pular sete ondas,” (L. 7) |
e)
“...consultar com cartomantes, tarólogos, astrólogos...” (L. 8) |
Em “...astrólogos que podem até nos dar uma previsão.” (L. 8-9), na linha argumentativa do texto, o vocábulo destacado, no contexto em que se insere, caracteriza-se, semanticamente, como um(a):
a)
bloqueio. |
b)
demérito. |
c)
refutação. |
d)
admissão. |
e)
contestação. |
Em “...esse futuro que concebemos deve estar sempre em congruência com nosso eu.” (L. 13-15), o vocábulo destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a)
dissonância. |
b)
resistência. |
c)
correspondência. |
d)
relutância. |
e)
controvérsia. |
No contexto em que se insere, a expressão que contrasta, semanticamente, com a concepção de futuro é:
a)
“...objetivo muito bem definido e planejado,” (L. 12-13) |
b)
“...congruência com nosso eu.” (L. 14-15) |
c)
“...o raiar de um novo ano.” (L. 16) |
d)
“...caderno novinho em folha,” (L. 18) |
e)
“...um conjunto de ações...” (L. 21-22) |
A passagem do texto, dentre as relacionadas, que apresenta oposição de sentido com “o que você quer da vida?” (L. 26) é:
a)
“...definição de uma visão:” (L. 25) |
b)
“...’deixa a vida me levar’...” (L. 28) |
c)
“...o poder de dar sentido às coisas,” (L. 31-32) |
d)
“Por que quero emagrecer?” (L. 33) |
e)
“Ela nos guia e nos mantém no caminho,” (L. 35-36) |
Em “afinal para quem não sabe aonde vai qualquer caminho serve.” (L. 36-37), na linha argumentativa do texto, o conector destacado introduz uma:
a)
causa. |
b)
consequência. |
c)
condição. |
d)
restrição. |
e)
conclusão. |
A partir da leitura do texto, infere-se que o(a):
a)
autodesenvolvimento diz respeito à conscientização de como realmente somos. |
b)
visão pessoal nos orienta quanto ao caminho a seguir. |
c)
importância do autoconhecimento está em permitir- -nos estabelecer um parâmetro entre o comportamento alheio e o nosso. |
d)
projeção de uma vida nova no ano seguinte só é válida quando alicerçada em previsões. |
e)
garantia de sucesso está numa “avaliação 360º” sobre nós mesmos. |
A passagem do texto que, específica e semanticamente, corresponde a autodesenvolvimento é:
a)
“eu sei pra onde quero ir,” (L. 59) |
b)
“conheço minhas forças e fraquezas,” (L. 60) |
c)
“o que preciso aprimorar e/ou adquirir...” (L. 60-61) |
d)
“...está feito o caminho.” (L. 68) |
e)
“é preciso planejar,” (L. 70) |
Em “Vale tudo (ou quase tudo):” (L.6-7), os dois pontos introduzem uma:
a)
enumeração. |
b)
explicação. |
c)
notícia subsidiária. |
d)
citação. |
e)
consequência. |
NÃO há correspondência semântica entre a passagem retirada do texto e a característica a ela atribuída, em destaque à direita, em:
a)
“‘...fizemos o melhor que pudemos.’” (L. 80) – empenho. |
b)
“Outras ganham fôlego no início,” (L. 80-81) – iniciativa. |
c)
“mas acabam desistindo.” (L. 81) – perseverança. |
d)
“caem,” (L. 84) – insucesso. |
e)
“levantam a poeira e dão volta por cima.” (L. 84) – persistência. |
Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.