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Informações da Prova Questões por Disciplina Tribunal Regional Federal - 3.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2014 - Prova - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal

Língua Portuguesa

Uma História da Leitura

Atenção: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo.

A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano, Carlos Manuel de Céspedes, e duzentos homens mal armados tomaram a cidade de Santiago e proclamaram a independência do país em relação à metrópole espanhola. Mas a Espanha reagiu. Quatro anos depois, Céspedes foi deposto por um tribunal cubano e, em março de 1874, foi capturado e fuzilado por soldados espanhóis.

Entrementes, ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição ao comércio, o governo americano apoiara abertamente os revolucionários e Nova York, Nova Orleans e Key West tinham aberto seus portos a milhares de cubanos em fuga. Em poucos anos Key West transformou-se de uma pequena vila de pescadores numa importante comunidade produtora de charutos. Despontava a nova capital mundial do Havana.

Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos levaram com eles a instituição do “lector”. Uma ilustração da revista Practical Magazine mostra um desses leitores sentado de pernas cruzadas, óculos e chapéu de abas largas, um livro nas mãos, enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam charutos com o que parece ser uma atenção enlevada.

O material dessas leituras em voz alta, decidido de antemão pelos operários (que pagavam o “lector” do próprio salário), ia de histórias e tratados políticos a romances e coleções de poesia. Tinham seus prediletos: O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por exemplo, tornou-se uma escolha tão popular que um grupo de trabalhadores escreveu ao autor pouco antes da morte dele, em 1870, pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói para um charuto; Dumas consentiu.

Segundo Mário Sanchez, um pintor de Key West, as leituras decorriam em silêncio concentrado e não eram permitidos comentários ou questões antes do final da sessão.

(Adaptado de: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Trad.

Pedro Maia Soares. São Paulo, Cia das Letras, 1996, p. 134-136)

1 -

Afirma-se corretamente:

a) No 4.º parágrafo, o autor emite um juízo de valor a respeito do hábito levado pelos trabalhadores cubanos aos Estados Unidos.
b)

O texto se inicia com a apresentação do contexto histórico que culminou na implantação de um costume levado pelos cubanos para fábricas de charuto americanas.

c)

O texto se desenvolve a partir de reminiscências do próprio autor a respeito de uma situação vivenciada por ele em determinado contexto histórico.

d)

No primeiro parágrafo, o autor introduz o assunto principal sobre o qual irá tratar no texto, qual seja, a imigração de operários cubanos para os Estados Unidos.

e)

O interesse da imprensa americana, estabelecido no 3.º parágrafo, foi determinante para a disseminação, no país, de costumes introduzidos por operários cubanos em Key West.

2 -

Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre

a)

a abertura dos portos americanos a fugitivos cubanos e a produção de charutos estabelecida em solo americano.

b)

o apoio dos Estados Unidos aos revolucionários e a proclamação da independência cubana por Céspedes.

c)

as medidas de restrição ao comércio adotadas pelo governo espanhol e a tomada do poder por um líder revolucionário.

d)

a imigração de cubanos para os Estados Unidos à procura de trabalho e o amplo apoio dado pelo país aos revolucionários.

e)

a transformação da pequena vila de Key West em uma importante comunidade produtora de charutos e a abertura dos portos americanos a fugitivos cubanos.

3 -

Depreende-se do texto que

a)

a atividade de ler em voz alta, conduzida pelo “lector”, permitia que os operários produzissem mais, pois trabalhavam com maior concentração.

b)

o hábito de ler em voz alta, levado originalmente de Cuba para os Estados Unidos, relaciona-se ao valor atribuído à leitura, que é determinado culturalmente.

c)

os operários cubanos homenagearam Alexandre Dumas ao atribuírem a um charuto o nome de um dos personagens do escritor.

d)

ao contratar um leitor, os operários cubanos podiam superar, em parte, a condição de analfabetismo a que estavam submetidos.

e)

os charuteiros cubanos, organizados coletivamente, compartilhavam a ideia de que a fruição de um texto deveria ser comunitária, não individual.

4 -

Sem que se faça nenhuma outra alteração na frase, mantêm- se o sentido original do texto e a correção gramatical ao se substituir

a)

enlevada por “espontânea”, no segmento com o que parece ser uma atenção enlevada. (3.º parágrafo)

b)

quando por “à medida que”, no segmento A guerra dos dez anos começou quando um fazendeiro cubano ... (1.º parágrafo)

c)

de antemão por “com antecedência”, no segmento (decidido de antemão pelos operários. (4.º parágrafo)

d)

Tinham por “Os leitores possuíam”, no segmento Tinham seus prediletos. (4.º parágrafo)

e)

ansioso por “vultoso”, no segmento ansioso por derrubar medidas espanholas de restrição ao comércio. (2.º parágrafo)

5 -

Sem prejuízo para o sentido original e a correção gramatical,

a)

uma vírgula pode ser inserida imediatamente após “revolucionários”, no segmento... o governo americano apoiara abertamente os revolucionários e Nova York, Nova Orleans e Key West tinham aberto seus portos a milhares de cubanos em fuga. (2.º parágrafo)

b)

o segmento ... que imigraram para os Estados Unidos... (3.º parágrafo) pode ser isolado por vírgulas.

c)

uma vírgula pode ser inserida imediatamente após “leituras”, no segmento o material dessas leituras em voz alta, decidido..., contanto que se suprima a vírgula colocada imediatamente após “alta” (4.º parágrafo).

d)

a vírgula colocada imediatamente após os parênteses que isolam o segmento ... que pagavam o “lector” do próprio salário (4.º parágrafo), pode ser suprimida.

e)

a vírgula colocada imediatamente após Céspedes, no segmento ... Carlos Manuel de Céspedes, e duzentos homens mal armados... (1.º parágrafo) pode ser suprimida.

6 -

Tinham seus prediletos ... (4.º parágrafo)

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:

a)

Dumas consentiu.

b)

... levaram com eles a instituição do “lector”.

c)

... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam charutos...

d)

Despontava a nova capital mundial do Havana.

e)

... que cedesse o nome de seu herói...

7 -

Afirma-se corretamente:

a)

Em pedindo-lhe que cedesse o nome de seu herói... (4.º parágrafo), o elemento destacado é um pronome.

b)

O elemento destacado no segmento ... uma escolha tão popular que um grupo de trabalhadores... (4.º parágrafo) NÃO é um pronome.

c)

Em que pagavam o “lector” do próprio salário... (4.º parágrafo), o elemento destacado substitui leituras.

d)

Em com o que parece ser uma atenção enlevada (3.º parágrafo), o elemento destacado refere-se a “charutos”.

e)

Em Os trabalhadores que imigraram para os Estados Unidos... (3.º parágrafo), o elemento destacado NÃO é um pronome.

8 -

Quatro anos depois, Céspedes foi deposto por um tribunal cubano e, em março de 1874, foi capturado e fuzilado por soldados espanhóis. (1.º parágrafo)

Uma redação alternativa para a frase acima, em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido original, está em:

a)

Em março de 1874, após ter percorrido um período de quatro anos, um tribunal cubano depusera Céspedes, quando soldados espanhóis o capturou e fuzilou.

b)

Após um período de quatro anos, um tribunal cubano depôs Céspedes, e, em março de 1874, soldados espanhóis capturaram-no e fuzilaram-no.

c)

Depois de transcorridos um período de quatro anos, Céspedes foi deposto pelo tribunal cubano, o qual, em março de 1874, foi capturado e fuzilado pelos soldados espanhóis.

d)

Em março de 1874, quatro anos depois de ter sido deposto por um tribunal cubano, Céspedes foi capturado por soldados espanhóis, que lhe fuzilaram.

e)

Transcorridos quatro anos, um tribunal cubano depõe Céspedes, posto que, em março de 1874, soldados espanhóis lhe capturam e fuzilam.

Leitura na Idade Média

Atenção: Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o trecho abaixo.

Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado de leitores.

Embora alguns desses senhores afortunados ocasionalmente emprestassem seus livros, eles o faziam para um número limitado de pessoas da própria classe ou família.

(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.)

9 -

Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por

a)

Contudo.

b)

Desde que.

c)

Porquanto.

d)

Uma vez que.

e)

Conquanto.

10 -

Atente para o que se afirma abaixo.

I. No segmento ... a alfabetização era rara e os livros, propriedade dos ricos..., a vírgula colocada imediatamente após livros foi empregada para indicar a supressão de um verbo.

II. No texto, não se explicitam as razões pelas quais o ato de ouvir alguém ler tenha se tornado uma prática necessária e comum no mundo laico da Idade Média.

III. No segmento ... eles o faziam para um número limitado de pessoas..., o elemento sublinhado refere-se a “emprestavam livros”.

Está correto o que se afirma APENAS em

a)

II e III.

b)

II.

c)

I e II.

d)

I e III.

e)

III.

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