Ideli Salvatti – O Globo, 4/09/2014
As principais democracias do mundo têm inscrito em suas Constituições os direitos fundamentais dos cidadãos. Direitos políticos, civis, econômicos, sociais e culturais figuram entre as condições básicas para a vida em sociedade tal como a conhecemos hoje. Mas nem sempre foi assim. Muitos dos direitos hoje considerados universais somente foram conquistados após muito esforço e muita luta. Como exemplo, basta citar o voto feminino no Brasil, só garantido em lei no ano de 1934.
Atualmente, podemos dizer que o Brasil elevou os direitos políticos, civis, econômicos e culturais a patamares inéditos, avançando rapidamente na realização progressiva deles. E assim surge o desafio de avançarmos nos chamados direitos de quarta geração, que englobam os direitos das mulheres, dos negros e da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), entre outros.
Infere-se da leitura do texto 1 que:
a)
o Brasil é o país mais atrasado, entre as democracias, no que diz respeito à garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos; |
b)
sem os direitos políticos, civis, econômicos, sociais e culturais, a vida em sociedade seria impossível; |
c)
o voto feminino no Brasil exemplifica um direito político de quarta geração, só conseguido com esforço e luta; |
d)
a sociedade mudou profundamente a partir da conquista do voto feminino no Brasil; |
e)
sem esforço e luta, os direitos fundamentais dos cidadãos estariam inscritos nas Constituições, mas sem aplicação social. |
“As principais democracias do mundo têm inscrito em suas Constituições os direitos fundamentais dos cidadãos. Direitos políticos, civis, econômicos, sociais e culturais figuram entre as condições básicas para a vida em sociedade tal como a conhecemos hoje”.
A observação correta sobre um dos componentes desse segmento do texto 1 é:
a)
a forma verbal “têm inscrito” deveria estar grafada “têm inscritos”, já que se refere a “direitos”; |
b)
a forma plural “cidadãos” poderia estar grafada “cidadões”, já que são dois os plurais possíveis; |
c)
o termo “em suas Constituições” poderia aparecer entre vírgulas, já que se trata de um adjunto adverbial deslocado; |
d)
após o termo “culturais” deveria ser colocada uma vírgula, pois aí se encerra uma enumeração; |
e)
a forma verbal “conhecemos” é inadequada ao contexto e deveria ser substituída pela forma passiva “é conhecida”. |
“Como exemplo, basta citar o voto feminino no Brasil, só garantido em lei no ano de 1934”.
Nesse segmento do texto 1, o vocábulo “só” é considerado um modalizador e expressa uma opinião do autor do texto; tal opinião pode ser verbalizada do seguinte modo:
a)
o voto feminino foi garantido em lei de forma isolada, sem que outros direitos o acompanhassem; |
b)
o voto feminino no Brasil foi garantido em lei em função das lutas travadas pelas mulheres no início do século; |
c)
o voto feminino, apesar de exercido politicamente, foi incluído com atraso entre os direitos fundamentais dos cidadãos; |
d)
o voto feminino foi inserido na nossa Constituição após outras nações já o terem garantido; |
e)
o voto feminino é uma prova da atual elevação de nossos direitos políticos, civis, econômicos e culturais. |
O segundo parágrafo do texto 1 mostra de forma positiva a conquista de novos direitos considerados fundamentais; a forma linguística de valorização só NÃO inclui:
a)
o emprego do verbo “elevar” em relação aos direitos políticos; |
b)
a utilização do verbo “avançar” em referência à realização dos direitos citados; |
c)
o uso do adjetivo “progressiva”, considerando os direitos como uma demonstração de progresso; |
d)
a designação de “quarta geração” para os novos direitos, empregando expressão da área tecnológica; |
e)
a indicação de que os novos direitos são um desafio a ser superado pela sociedade. |
José Casado, O Globo, 26/08/2014
Um dos melhores negócios do mercado brasileiro é ser dono de partido político. Convive-se com 32 deles, dos quais duas dezenas têm bancadas no Congresso. Na essência, diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se transformaram num “agregado de pessoas que querem um pedacinho do orçamento”.
Partido político se tornou ativo financeiro de alto retorno, sem risco e com recursos públicos garantidos por lei, elaborada e votada pelos próprios interessados.
Por tratar do partido político como negócio, o texto 2 se apropria de um grupo de vocábulos do jargão econômico; são prova disso:
a)
agregado / orçamento; |
b)
ativo / retorno; |
c)
risco / lei; |
d)
mercado / partido; |
e)
bancadas / Congresso. |
Segundo o texto 2, entre os meios de transformar a formação de partidos políticos em negócio lucrativo está a estratégia de:
a)
pertencer ao partido da maioria no Congresso; |
b)
estabelecer ligações políticas de interesse; |
c)
votar leis que aumentem as dotações orçamentárias; |
d)
eleger poucos representantes para a bancada; |
e)
legislar em causa própria. |
Veríssimo, O Globo, 31/8/2014
Pode-se parafrasear Winston Churchill e dizer da democracia o mesmo que se diz da velhice, que, por mais lamentável que seja, é melhor do que sua alternativa. A única alternativa para a velhice é a morte. Já as alternativas para a democracia são várias, uma pior do que a outra. É bom lembrá-las sempre, principalmente no horário político, quando sua irritação com a propaganda que atrasa a novela pode levá-lo a preferir outra coisa. Resista.
Tendo em vista o conteúdo do texto 3, o título dado ao texto deve referir-se:
a)
à brilhante frase de Winston Churchill; |
b)
à paráfrase de Veríssimo da frase de Churchill; |
c)
ao regime democrático, como o menos ruim de todos; |
d)
à velhice, cuja alternativa é a morte; |
e)
à propaganda eleitoral, que irrita os telespectadores. |
“É bom lembrá-las sempre, principalmente no horário político, quando sua irritação com a propaganda que atrasa a novela pode levá-lo a preferir outra coisa”.
O segmento abaixo que corresponde corretamente a uma oração desse período do texto 3 é:
a)
É bom lembrá-las sempre, principalmente no horário político. |
b)
Quando sua irritação com a propaganda. |
c)
Pode levá-lo. |
d)
Levá-lo a preferir outra coisa. |
e)
A preferir outra coisa. |
“É bom lembrá-las sempre, principalmente no horário político, quando sua irritação com a propaganda que atrasa a novela pode levá-lo a preferir outra coisa”.
Nesse segmento do texto 3, a forma “a preferir” pode ser adequadamente substituída por outra forma oracional, que é:
a)
à preferência de outra coisa; |
b)
a que você preferisse outra coisa; |
c)
a ser preferida outra coisa; |
d)
a que você prefira outra coisa; |
e)
a ter de ser preferida outra coisa. |
Elio Gaspari, Folha de São Paulo, 27/8/2014
Todos os candidatos prometem crescimento e austeridade. Entre os chavões mais batidos vem sempre a reforma tributária, tema complexo, chato mesmo, acaba sempre em parolagem. Promete-se a simplificação das leis que regulam os tributos, e a cada ano eles ficam mais complicados. Uma coletânea da legislação brasileira pesa seis toneladas. Aqui vai uma contribuição, que foi trazida pelo Instituto Endeavor. Relaciona-se com o regime de cobrança de impostos de pequenas empresas, aquelas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano (R$ 300 mil por mês). É o Simples – pode-se estimar que ele facilita a vida de algo como 3 milhões de empresas ativas.
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