Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de
março de 2010, p. 142)
De acordo com o texto,
a)
a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho, costuma ser percebida como sinal de plena felicidade. |
b)
as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os benefícios de conquistas eventuais. |
c)
o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância. |
d)
as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz, devido às rotineiras situações da vida. |
e)
muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes. |
A afirmativa correta, em relação ao texto, é:
a)
A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos, como, por exemplo, no emprego. |
b)
Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentirse feliz com as pequenas coisas da vida. |
c)
As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-se de felicidade absoluta. |
d)
A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir- se felizes decorre de uma educação voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando apenas a frustrações. |
e)
Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade. |
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. (3.º parágrafo)
Com a palavra grifada, o autor:
a)
retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado. |
b)
exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior. |
c)
coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente. |
d)
determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada |
e)
estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma. |
Nos pares de frases abaixo, é correto afirmar que o sentido expresso na frase I está sendo retomado com outras palavras na frase II APENAS em:
a)
I. O primeiro [fardo] é procurar uma definição para felicidade... II. ...que importante é que os filhos sejam felizes. |
b)
I. O segundo [fardo] é examinar-se, em busca de uma resposta. II. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. |
c)
I. Nesse processo, depara-se com armadilhas. II. ...colocar na balança a experiência passada... |
d)
I. ... até a conquista da bem-aventurança. II. Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. |
e)
I. ... felicidade é coisa grandiosa. II. ...que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. |
O segmento cujo sentido original está reproduzido com outras palavras é:
a)
dois fardos são lançados às costas do inquirido = sérios embates se apresentam à questão. |
b)
a rastrear uma escala = a estabelecer um novo caminho. |
c)
depara-se com armadilhas = as interferências são enormes. |
d)
assim como a euforia pelo aumento de salário = tendo em vista um pagamento maior. |
e)
ao influxo das teses libertárias = sob a influência das ideias em defesa da liberdade. |
É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão. (3.º parágrafo)
O emprego das formas verbais grifadas acima denota:
a)
hipótese passível de realização. |
b)
fato real e definido no tempo. |
c)
condição de realização de um fato. |
d)
finalidade das ações apontadas no segmento. |
e)
temporalidade que situa as ações no passado. |
Considere as alterações feitas nos segmentos abaixo grifados.
I. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Dá trabalho, e a conclusão não pode ser clara.
II. Nesse processo, depara-se com armadilhas.
Depara-se com armadilhas nesse processo.
III. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criança.
Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para a criança pobre.
Com as modificações feitas na 2.ª frase, altera-se o sentido do que foi afirmado na 1.ª frase em:
a)
II, apenas. |
b)
III, apenas. |
c)
I e II, apenas. |
d)
I e III, apenas. |
e)
I, II e III. |
A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. Eles argumentam que, embora os números reflitam avanços em determinadas áreas, o mundo continua a conviver com problemas graves, que exigem uma nova perspectiva política.
O cenário apresentado pelo Relatório não é animador. O documento adverte que, nestes 20 anos, parte dos países enfrentou sérios problemas, sobretudo na saúde, anulando em alguns anos os ganhos de várias décadas. Além disso, o crescimento econômico tem sido desigual. Os padrões de produção e consumo atuais são considerados inadequados.
Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
Um aspecto importante revelado pelo Relatório é que muitas das ações para melhoria da saúde e da educação não necessitam de grande investimento financeiro. Isso está mais presente sobretudo onde os indicadores são ruins. "Numa primeira etapa, medidas simples como inclusão do soro caseiro e lavagem das mãos já trazem impacto relevante", avalia Flávio Comim, economista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
(Adaptado de Lígia Formenti. O Estado de S. Paulo, A30 Vida,
5 de novembro de 2010)
De acordo com o texto, o Relatório de 2010:
a)
aponta vários problemas de saúde da população mundial, com as medidas a serem adotadas para resolvê-los. |
b)
deixa de lado a avaliação das causas do crescimento econômico desigual, que ocorre no mundo todo |
c)
mostra preocupação com a persistência de problemas no mundo, apesar da constatação de alguns avanços, desde 1990. |
d)
assinala algumas divergências, entre os autores do documento, em relação às conclusões possíveis a partir de seus dados. |
e)
reconhece a importância da intervenção da ação pública no controle permanente da economia. |
O texto informa claramente que:
a)
muitas ações voltadas para a melhoria das condições de vida em situação precária se valem de expedientes bastante simples, como a adoção de hábitos de higiene. |
b)
alguns dados estatísticos sobre desenvolvimento humano vêm melhorando desde 1990, realçando os indiscutíveis avanços em todo o mundo. |
c)
os atuais índices encontrados a respeito de desenvolvimento humano demonstram que os problemas mais sérios já estão solucionados. |
d)
os grandes investimentos financeiros necessários para a solução de problemas mundiais, como as crises econômicas, ainda não têm sido suficientes. |
e)
os ganhos em crescimento econômico, cujos resultados foram comprovados pelo recente Relatório, foram bastante expressivos nas últimas décadas. |
O trecho colocado entre aspas, no final do 3.º parágrafo, indica que se trata de:
a)
comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório. |
b)
insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório. |
c)
repetição desnecessária de informação já citada no texto. |
d)
transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010. |
e)
resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010. |
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