O modelo ainda dominante nas discussões ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo; em economia, a exploração predatória da natureza e a competição; em política, a centralização e a hierarquização; na cultura, o quantitativo sobre o qualitativo, a uniformização dos costumes, o consumismo e o individualismo.
Esse paradigma subjaz, em grande parte, à atual crise da Terra, pois considera esta como um todo uniforme, sem valorizar a singularidade de seus muitos ecossistemas e a diversidade das culturas.
Hoje está se impondo uma outra vertente, mais amiga da natureza e com possibilidades de nos tirar da crise atual: o “biorregionalismo”. A biorregião se circunscreve numa área, normalmente, definida pelos rios e pelo maciço de montanhas. Possui certo tipo de vegetação, geografia do terreno, de fauna e de flora e mostra uma cultura local própria, com seus hábitos e tradições.
A tarefa básica do biorregionalismo é fazer os habitantes valorizarem o lugar onde vivem. Importa fazê-los conhecer o tipo de solos, de florestas, de animais, as fontes de água, o rumo dos ventos, os climas e microclimas, os ciclos das estações, o que a natureza pode oferecer em termos de paisagens, alimentação, bens e serviços para nós e para toda a comunidade de vida.
É na biorregião que a sustentabilidade se faz real e não retórica a serviço do marketing; pode se transformar num processo dinâmico, que aproveita racionalmente as capacidades oferecidas pelo ecossistema local, criando mais igualdade e diminuindo em níveis razoáveis a pobreza.
Mesmo sendo a comunidade local a unidade básica, isso não invalida a importância das unidades sistêmicas maiores (inter-regionais, nacionais e internacionais) que afetam a todos (por exemplo, o aquecimento global). A ideia do “glocal” nos ajuda a articular essas diferentes dimensões. Sempre é necessário informar-se sobre as experiências de outras regiões e sobre como está o estado geral do planeta Terra.
O biorregionalismo possibilita que as mercadorias circulem no local, evitando as grandes distâncias; favorece o surgimento de cooperativas comunitárias; nele, persiste a economia de mercado, mas composta primariamente, embora não exclusivamente, de empresas familiares.
O biorregionalismo permite, assim, deixar para trás o objetivo de “viver melhor”, de acordo com a ética da acumulação ilimitada, para dar lugar ao “bem viver e conviver”, segundo a ética da suficiência, que implica o bem-estar para toda a comunidade.
Ao apresentar o biorregionalismo como alternativa ecológica, o autor
a)
propõe o isolamento das comunidades em suas regiões, com a finalidade de combater a crise política. |
b)
defende o diálogo entre diversas culturas regionais, buscando uniformizar os costumes. |
c)
argumenta a favor do fim da economia de mercado, favorecendo as cooperativas familiares. |
d)
preconiza a exploração de recursos de uma determinada área, visando à sustentabilidade. |
e)
sugere o término do extrativismo em ecossistemas locais, para refrear o avanço do capitalismo. |
O termo "glocal", no contexto do 6.º parágrafo, refere-se
a)
à inter-relação de fatores regionais e mundiais. |
b)
ao conflito entre a iniciativa pública e a privada. |
c)
ao choque de interesses dos indivíduos e da comunidade. |
d)
à oposição entre biorregionalismo e aquecimento global. |
e)
ao relato de experiências culturais grupais e lógicas. |
Assumem sentidos opostos, no texto, as expressões
a)
cooperativas comunitárias e empresas familiares (7.º parágrafo). |
b)
singularidade de seus muitos ecossistemas e diversidade das culturas (2.º parágrafo). |
c)
biorregião e ecossistema local (5.º parágrafo). |
d)
"viver melhor" e "bem viver e conviver" (8.º parágrafo). |
e)
centralização e hierarquização (1.º parágrafo). |
O modelo ainda dominante nas discussões ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a)
é privilegiado. |
b)
sendo privilegiadas. |
c)
são privilegiados. |
d)
foi privilegiado. |
e)
são privilegiadas. |
A expressão sublinhada pode ser corretamente substituída, com o sentido preservado, em linhas gerais, e sem qualquer outra alteração no enunciado, pela expressão entre parênteses em:
a)
Esse paradigma subjaz, em grande parte, à atual crise da Terra... (está superposto) − 2.º parágrafo |
b)
A biorregião se circunscreve numa área... (se limita a uma) − 3.º parágrafo |
c)
... uma outra vertente, mais amiga da natureza e com possibilidades de nos tirar da crise atual... (predisposta) − 3.º parágrafo |
d)
... a ética da suficiência, que implica o bem-estar para toda a comunidade. (comprometida à) − 8.º parágrafo |
e)
O biorregionalismo permite, assim, deixar para trás o objetivo... (suplantar do) − 8.º parágrafo |
Está clara e correta a seguinte frase escrita a partir do texto:
a)
As capacidades oferecidas pelo ecossistema local tem de ser aproveitadas para que se alcance níveis razoáveis de pobreza. |
b)
Não parece ser devidamente valorizado, nos debates ecológicos, a singularidade dos ecossistemas e a diversidade das culturas. |
c)
De acordo com Leonardo Boff, ainda predominam, nas discussões sobre cultura, o quantitativo sobre o qualitativo. |
d)
Não se devem desconsiderar a importância das unidades inter-regionais, nacionais e internacionais, pois afetam à todos. |
e)
Certo tipo de vegetação e de geografia do terreno é o que caracteriza, em parte, uma biorregião. |
Aparece um quati escoteiro. Decerto perseguido de cachorro. No chão é ente insuficiente o quati. Imita ser baleado. O rabo desequilibra de tanto rente na terra.
Agora, se alcança árvore, quati arma banzé1. Arreganha. Monta episódio. E até xinga cachorro.
Igual é o tamanduá. Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca. Porém se encontra zamboada2, vira gente. E desafia cachorro, onça-pintada, tenente.
1. confusão, tumulto
2. moita formada por galhos e ramagens de árvores, cipós, trepadeiras
(BARROS, Manoel de. Livro de pré-coisas. In: Poesia completa. São Paulo, Leya, 2010, p. 235)
Um segmento que expressa ideia de causa, com relação ao trecho que o antecede imediatamente, está sublinhado em:
a)
No chão é ente insuficiente o quati. |
b)
Agora, se alcança árvore, quati arma banzé. |
c)
Fora do mato, no limpo, tamanduá nega encrenca. |
d)
Monta episódio. E até xinga cachorro. |
e)
O rabo desequilibra de tanto rente na terra. |
A frase redigida corretamente que traduz a mensagem do texto é:
a)
O quati mantém-se valente enquanto está sob os galhos de uma árvore; do mesmo modo, o tamanduá torna-se irresoluto no meio do mato. |
b)
O quati possui hábitos semelhantes aos do tamanduá no que tange à reação diante de ameaças, as quais não os aflige quando estão em seus habitats. |
c)
O quati mostra-se frágil quando vê-se perseguido por cães no chão; em contra-partida, o tamanduá, hesita em reagir quando encontra-se fora do mato. |
d)
O quati e o tamanduá apresentam comportamentos análogos, na medida em que se tornam corajosos quando em um local que lhes sirva de abrigo. |
e)
O quati e o tamanduá são animais que se conservam intrépitos ao serem hostilizados por cães, especialmente fora dos meios onde sentem-se mais destros. |
Está pontuada corretamente, a frase:
a)
Nascido em Cuiabá, em 1916 Manoel de Barros estreou, com o livro, Poemas Concebidos sem Pecado em 1937. |
b)
Cronologicamente vinculado, à Geração de 45, mas formalmente, ao Modernismo brasileiro, Manoel de Barros criou um estilo próprio. |
c)
Subvertendo a sintaxe e criando construções que não respeitam as normas da língua padrão, Manoel de Barros é comparado a Guimarães Rosa. |
d)
Em 1986, o poeta Carlos Drummond de Andrade declarou, que Manoel de Barros era o maior poeta brasileiro vivo. |
e)
Antonio Houaiss, um dos mais importantes filólogos e críticos brasileiros confessou nutrir, pela obra de Manoel de Barros grande admiração. |
A assinatura digital é uma modalidade de assinatura eletrônica, resultado de uma operação matemática que utiliza algoritmos de criptografia assimétrica e permite aferir, com segurança, a origem e a integridade do documento.
A assinatura digital fica de tal modo vinculada ao documento eletrônico “subscrito” que, ante a menor alteração neste, a assinatura se torna inválida. A técnica permite não só verificar a autoria do documento, como estabelece também uma “imutabilidade lógica” de seu conteúdo, pois qualquer alteração do documento, como por exemplo a inserção de mais um espaço entre duas palavras, invalida a assinatura.
Necessário distinguir assinatura digital da assinatura digitalizada. A assinatura digitalizada é a reprodução da assinatura autógrafa como imagem por um equipamento tipo scanner. Ela não garante a autoria e integridade do documento eletrônico, porquanto não existe uma associação inequívoca entre o subscritor e o texto digitalizado, uma vez que ela pode ser facilmente copiada e inserida em outro documento.
(Disponível em: http://portal.trt23.jus.br/ecmdemo/public/trt23/Informese/assinaturaDigital. Acesso em: 02.12.2015)
De acordo com o texto, a
a)
assinatura digitalizada distingue-se da assinatura digital por ser esta menos segura e confiável que aquela. |
b)
cópia da assinatura digitalizada torna-se difícil porque ela está subordinada à autenticação da autoria do documento. |
c)
assinatura digital serve ao objetivo de preservar a autenticidade de documentos previamente escaneados. |
d)
alteração de um documento com assinatura digital acarreta a invalidação da assinatura desse documento. |
e)
integridade de um documento com assinatura digital é garantida pela cópia fotográfica da assinatura subscrita. |
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