ACESSE GRATUITAMENTE + DE 450.000 QUESTÕES DE CONCURSOS!

Informações da Prova Questões por Disciplina Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - Agente Administrativo - FUNRIO - 2009 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

O carrasco

Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça para medi-lo para a
guilhotina, o carrasco se surpreendeu.
- O senhor aqui?!
- Veja você - disse Robespierre. - Não faz muito, eu é que estava mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu.
Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina...
Ao que o carrasco disse:
- Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República.
- Aliás - disse Robespierre - fui eu que lhe contratei, lembra?
- Claro - disse o Carrasco - como poderia esquecer?
- Então me ajude a fugir - sugeriu Robespierre.
E o Carrasco sorriu e disse:
- Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível.
Abra a camisa, por favor.

(Luis Fernando Veríssimo - Zero hora, 16 de dezembro de 2007 | N° 15450)

1 -

O final do texto indica que:

a)

Robespierre seria guilhotinado.

b)

Roberpierre seria salvo.

c)

o carrasco se corromperia.

d)

o carrasco se apiedaria.

e)

Roberpierre e o carrasco compactuariam.

Significação das Palavras
2 -

Indique o fenômeno léxico-semântico presente no fragmento "Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina...":

a)

sinonímia.

b)

homonímia.

c)

conotação.

d)

neologismo.

e)

polissemia.

Ortografia e Semântica
3 -

"- Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor publico perfeito."

Marque a opção em que se deve usar, à semelhança do fragmento acima, "por que" e "porque":

a)

Andar isso tudo ______? / Não se sabe o ______ daquela atitude.

b)

Não veio ______ não quis? / Sei muito bem ______ motivo ele se foi.

c)

Não sei ______ ele não quer sair. / Não fui ______ tenho que estudar.

d)

Diga-me um ______ para continuar aqui. / Vou de metrô ______ demora menos.

e)

Queria saber ______ ele saiu. / Qual é o ______ agora?

Interpretação de Textos
4 -

Marque, dentre as opções abaixo, aquela que poderia sintetizar o sentido global do texto de Veríssimo:

a)

O dia da vingança.

b)

A política revolucionária.

c)

Estabilidade no emprego.

d)

Salvo pelo gongo.

e)

O servidor incorruptível.

Figuras de Linguagem
5 -

No fragmento "Pequena história, significando não sei bem o quê" identifica-se a presença de:

a)

ironia.

b)

metáfora.

c)

hipérbole.

d)

metonímia.

e)

antítese.

Emprego dos tempos e modos verbais
6 -

"- Não faz muito, eu é que estava mandando gente para você executar."

Marque a opção na qual NÃO ocorra o mesmo fenômeno que afeta o verbo "fazer" no fragmento acima:

a)

Houve um caso parecido na minha cidade.

b)

Passava das 8h e nada do João.

c)

Amanhã já é dia 16.

d)

A maioria votou nele.

e)

Deve haver uns três mil inscritos.

Compreensão e Interpretação de Textos
7 -

"-Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República. "

De acordo com o texto lido, a reescritura que mantém o mesmo sentido do fragmento destacado acima é:

a)

Felizmente, estou livre disso, pois só eu sei manejar a guilhotina. Portanto, tenho o cargo mais estável da República.

b)

Como, felizmente, estou livre disso, só eu sei manejar a guilhotina. Porém, tenho o cargo mais estável da República.

c)

Embora, felizmente, esteja livre disso, só eu sei manejar a guilhotina. Assim, tenho o cargo mais estável da República.

d)

Felizmente, estou tão livre disso, que só eu sei manejar a guilhotina. Tenho, contudo, o cargo mais estável da República.

e)

Felizmente, estou livre disso, mas só eu sei manejar a guilhotina e tenho o cargo mais estável da República.

Sintaxe da Oração e do Período
8 -

"Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça..."

Assinale a opção que apresenta corretamente a classificação do sujeito de "Dizem" e uma respectiva explicação para tal emprego.

a)

sujeito inexistente - inexiste um termo a que o verbo possa se referir

b)

sujeito indeterminado - não se pode ou não se deseja especificar o sintagma que exerce a função de sujeito

c)

sujeito oculto - é identificável na forma verbal

d)

sujeito simples - seu núcleo é Robespierre

e)

sujeito composto - apresenta dois núcleos, Robespierre e Carrasco

Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação
9 -

No texto, em diversos momentos, o Carrasco usa a forma "senhor" para se dirigir ao condenado. Se Robespierre fosse Presidente da República, o tratamento adequado seria:

a)

Vossa Excelência.

b)

Vossa Magnificência.

c)

Vossa Eminência.

d)

Vossa Senhoria.

e)

Vossa Santidade.

Compreensão e Interpretação de Textos

Machado de Assis e a política

Pedro II ao partir, sob condições injustas de desprestígio, deixava uma governação de cinqüenta anos de respeito à cultura e de uma certa magnanimidade, mas de pouca atenção ao Nordeste do País. Seu tempo não aponta apenas a maldade da estatística ao revelar que ficara no Brasil uma nobreza de sete marqueses e uma marquesa viúva. Dez condes e dez condessas viúvas. Vinte viscondes e dezoito viscondessas viúvas. Vinte e sete barões e onze baronesas viúvas. Era viúva demais...

Tornou-se consensual que Machado de Assis não se apaixona pela política. Inegavelmente nunca a ignorou como cronista ou romancista. Por isso mesmo, participou também da acesa discussão sobre a transferência da capital do País. Falava-se em instalar o Governo da República em cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, mas Cruls já batia pernas pelo Planalto Central, cuidando dos instantes seminais do que mais tarde viria a ser Brasília. E Machado opinava:

"Não há dúvida que uma capital é obra dos tempos, filha da História. As novas devemos esperar que serão habitadas logo que sejam habitáveis. O resto virá com os anos".

E ainda:

"A Capital da República, uma vez estabelecida, receberá um nome deveras, em vez deste que ora temos, mero qualificativo. Não sei se viverei até a inauguração. A vida é tão curta e a morte tão incerta, que a inauguração pode fazer-se sem mim, e tão certo é o esquecimento que não darão pela minha falta". Foi mesmo assim, só que seu nome nunca restou esquecido em Brasília. O Senado da República e os meios acadêmicos nunca o permitiram.

Não se deixam de anotar muitas amostragens do interesse de Machado pela política, não na militância das ruas, mas na consideração do seu papel catalisador.

Brito Broca chama a atenção para o fato de Brás Cubas ter sido deputado. E diz:

"Se temos, pois, em Brás Cubas, uma sublimação do secreto ideal político de Machado de Assis, teremos no sentido satírico desse episódio o reverso do mesmo ideal. No discurso do herói, Machado, segundo o seu método de compensação psicológica, destrói a possível inveja que lhe causariam aqueles que subiam, um dia, os degraus da tribuna parlamentar. O Brás Cubas da barretina reflete toda a descrença e toda a malícia de um Machado de Assis deputado".

O desfile de perfis políticos está mesmo nas crônicas de A Semana, entre elas o texto clássico "O Velho Senado", mas há nos romances políticos como Lobo Neves, supersticioso e fátuo; Camacho, cabo eleitoral típico; Teófilo, ansioso por se tornar ministro; Brotero, o das aventuras amorosas e não podemos esquecer o brasileiro Tristão, a naturalizar-se português para se eleger deputado por lá. Também o deputado Clodovil a viajar pela Europa.

O entorno de amigos de Machado estava farto de políticos: Alencar, Francisco Otaviano, Bocaiúva, Joaquim Serra e o maior deles: Joaquim Nabuco.

Quero testemunhar algo muito em particular. Sou, como ele de certa forma o foi, membro de uma Corte de Contas, já centenária, o que no Brasil conta muito. Machado de Assis foi por 41 anos modelar funcionário público e apetecia a ele tarefas que hoje são nomeadas como de Controle Interno.

Exerceu, entre outras tantas bem diversificadas, funções dessa natureza no Ministério de Obras Públicas. Não era esse o nome. Mas vá lá que seja para simplificar. É bom ver em papéis antigos o servidor público Machado de Assis desempenhar-se metodicamente do controle de contas dos que adquiriram lápis grafite, réguas de ébano, pó da Pérsia, cânfora, papel para embrulho, envelope para cartas.

Na obra machadiana, o funcionário público sempre comparece sob a sua mordacidade, como mediocrão, relapso, incompetente, preguiçoso, exatamente o contrário do que ele foi. Rascunhava despachos antes de pô-los no papel, impugnava contas inadequadas, conteve gastos sem previsão orçamentária.

Não se poupou de caturrices, como conta Josué Montello:

Quando o Império enfardelou os trapos e a República chegou, é aconselhado a retirar da parede da repartição onde trabalhava o retrato do Imperador. Machado, solenemente esclarece:

"O retrato chegou aqui com uma portaria e só sai com outra portaria".

Em certa crônica na Gazeta de Notícias, numa fase de altas turbulências, apelou à esperança dizendo: "Supunha o mundo perdido em meio de tantas guerras e calamidades, quando respirei aliviado: encerravam-se em Londres, com grande brilho, as festas de Shakespeare".

Pois bem, também brilharam no mês passado, as festas da "Semana Machado de Assis", na mesma Londres, abrindo as comemorações do seu centenário.

(Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça - Diário de Pernambuco (PE) 17/7/2007. Disponível em: http://www.academia.org.br/ )

10 -

Sobre o texto II, é correto afirmar que:

a)

descreve um Machado de Assis até então desconhecido, um monarquista convicto que, após a Proclamação da República, se recusou a retirar da parede o quadro do Imperador.

b)

cita o interesse de Machado de Assis pela política, expresso por meio de seus personagens envolvidos com a questão e também por sua militância partidária ativa.

c)

mostra um Machado de Assis desinteressado pela política, apesar de ter políticos entre seus amigos e de descrevê-los com argúcia em seus romances e crônicas.

d)

refere-se às campanhas para a transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, das quais Machado de Assis era um dos apoiadores e, inclusive, idealizadores.

e)

menciona uma contradição entre o homem Machado de Assis e a sua obra, pois ele era um funcionário público exemplar e, em seus textos, descrevia os servidores de forma negativa.

« anterior 1 2 3 4 5 próxima »

Marcadores

Marcador Verde Favorita
Marcador Azul Dúvida
Marcador Amarelo Acompanhar
Marcador Vermelho Polêmica
Marcador Laranja  Adicionar

Meus Marcadores

Fechar
⇑ TOPO

 

 

 

Salvar Texto Selecionado


CONECTE-SE

Facebook
Twitter
E-mail

 

 

Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.