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Informações da Prova Questões por Disciplina SEMEC (Secretaria Municipal de Educação) - Professor de História - NUCEPE (Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos - UESPI) - 2019

História

Texto I

Notava as coisas e via que mandava comprar um frangão, quatro ovos e um peixe para comer, e nada lhe traziam, porque não se achava na praça, nem no açougue, e, se mandava pedir as coisas e outras às casas particulares, lhas mandavam. Então disse o bispo: verdadeiramente que nestas terras andam as coisas trocadas, porque toda ela não é republica, sendo-o cada casa.

(SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil: 1500-1627. Livro I, cap.II, p.42-3, NOVAIS, Fernando A. (Org.). História da vida privada no Brasil : cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p.14).

1 -

As condições de privacidade na colônia eram marcadas

a) pela ausência de empecilhos à sua constituição, haja vista a preocupação das autoridades portuguesas em estabelecer, por decreto, uma clara distinção entre esfera pública e esfera privada.
b) por uma absorção da esfera privada pela esfera pública, em decorrência da baixa expressividade que os núcleos familiares possuíam no processo de produção e circulação de bens.
c) pela grande diversidade quanto às suas formas de manifestação, tendo em vista a proliferação dos espaços públicos de sociabilidades, em detrimento dos espaços privados de convivência.
d) por uma absorção da esfera pública pela esfera privada, como resultado da política de estatização dos espaços de satisfação das necessidades do consumo privado de bens e serviços.
e) pela imbricação entre as esferas do público e do privado, que contribuía para a atribuição de funções de utilidade pública à esfera privada, nos arranjos de sociabilidades desenvolvidos entre os diferentes sujeitos.

Texto III

Móbil, instável, e mais ainda dispersa, a população na Colônia devia provavelmente angustiarse diante da dificuldade desedimentar laços primários. E note-se que essa dispersão decorre
diretamente dos mecanismos básicos da colonização de tipo plantation.

(NOVAIS, Fernando A.Condições da privacidade na colônia. IN: NOVAIS, Fernando A. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p.21)

2 -

A relação mencionada no texto resulta

a) da interiorização do processo de ocupação do território colonial, estimulada pela economia açucareira, que motivou o desenvolvimento de intensas redes internas de trocas comerciais.
b) da homogênea distribuição da população na área litorânea, possibilitada pelo cultivo da cana-de-açúcar, em detrimento das demais regiões do interior do território colonial.
c) de um quadro econômico no qual a adoção da mão de obra escrava de origem africana contribuiu para um esvaziamento demográfico do território, na medida em que desestimulou fluxos migratórios.
d) da distribuição irregular da população pelo território colonial, em função da tendência à maior concentração demográfica nas áreas de cultivo da cana-de-açúcar, que representava uma atividade capaz de reproduzir-se multissecularmente.
e) do caráter não itinerante da ocupação, já que o cultivo da cana-de-açúcar não apresentava natureza predatória, mas estimulava uma rede de relações comerciais que se expandia por todo o território colonial.

Texto IV

A transformação dos Direitos do Homem nos direitos dos sans-culottes foi o ponto de inflexão não só da Revolução Francesa como de todas as revoluções que se seguiram. Isso se deve em
não pequena medida ao fato de que Karl Marx, o maior teórico das revoluções de todos os tempos, estava muito mais interessado na história do que na política e, portanto, deixou praticamente de lado as intenções originais das revoluções, a instauração da liberdade e concentrou a atenção de forma quase exclusiva no curso aparentemente objetivo dos acontecimentos revolucionários. Em outras palavras, levou mais de meio século para que a transformação dos Direitos do Homem nos direitos dos sans-cullotes, a renuncia à liberdade
perante os ditames das necessidades, encontrasse o seu teórico.

(ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. São Paulo: Cia. das Letras, 2011, p.94-95)

3 -

Para Hannah Arendt, a concepção de revolução em Karl Marx orientou-lhe a interpretação

a) de que a Revolução Francesa realizou plenamente o seu projeto inicial, ao colocar as liberdades como demanda mais urgente.
b) a respeito do processo revolucionário na França do século XVIII, em sua fase mais radical, em que as demandas por igualdade social foram substituídas pelo plano jurídico-político.
c) sobre o equívoco do movimento francês, que privilegiou a superestrutura jurídico-política em detrimento das demandas por igualdade social.
d) de que a inserção da questão jurídico-política na Revolução Francesa inspirou o teórico a justificar a violência na explicação sobre o curso e os meios empregados nas revoluções.
e) de que, em sua leitura sobre a Revolução Francesa, mesmo na sua fase mais dura, rejeitou o uso da violência como meio de resolução da questão social.

Texto V

[...]. O fim do século XVIII é um dos raros momentos revolucionários da História. Ele configurou a sociedade, a política, a economia e o próprio homem da Idade Contemporânea, com a
Revolução Francesa e a Revolução Industrial. [...].

(IGLÉSIAS, Francisco. A Revolução Industrial. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981. Coleção Tudo é História v. 11. p.47).

4 -

A Revolução Industrial foi um acontecimento importante para a humanidade, por ter sido responsável por grandes transformações no processo produtivo e nas relações de trabalho. Essas transformações

a) contribuíram diretamente para o processo de urbanização das cidades modernas, sem afetarem significativamente a estrutura produtiva do campo, que se manteve fechada às mudanças de modernização das práticas de produção.
b) ampliaram a exploração humana, gerando conflitos entre trabalhadores e patrões em todo o mundo capitalista, que vêm sendo remediados por uma legislação liberal capaz de eliminar os enfretamentos sociais.
c) estimularam o desenvolvimento do campo, que precisou passar por adaptações para suportar o grande contingente de pessoas que migraram para essas regiões, atraídas pelas facilidades de trabalho produzidas pela mecanização da lavoura.
d) permitiram às sociedades humanas tornarem-se capazes de multiplicar a produção e distribuição de mercadorias e a oferta de serviços, favorecidos pela acumulação de capitais.
e) promoveram uma nova configuração das classes sociais, levando em consideração as demandas produzidas pelos diferentes setores da sociedade capitalista, contribuindo para a produção de uma sociedade igualitária.

Texto VI

Sentimento capaz de explicar comportamentos coletivos, o medo de revoltas marcou a primeira metade do século XIX. O acúmulo de frustrações com a emancipação criou uma reação no
corpo social. Miséria, fome, fisco, falta de liberdade, concorrência com os “alfacinhas”, tudo se misturou num caldeirão de sangue e fogo, e, entre a abdicação de d. Pedro I e a maioridade de
d. Pedro II, conflitos violentos sacudiram o país.

(DEL PRIORE, Mary. Histórias da gente do Brasil: Império. São Paulo: LEYA, 2018, p.27)

5 -

Entre os conflitos ocorridos no intervalo de tempo mencionado no texto, merecem destaque

a) a Cabanagem (1835-1840), ocorrida na Bahia e que tinha como principal objetivo a conquista da independência da província, e a Balaiada (1838-1841) ocorrida no Maranhão, motivada, entre outros fatores, pela insatisfação popular diante dos desmandos políticos dos grandes fazendeiros da região.
b) a Guerra dos Farrapos (1835-1845), ocorrida no Rio Grande do Sul e motivada pela reação de pequenos fazendeiros à política fiscal do governo imperial, e a Cabanada (1832-1835), ocorrida no Pará, que tinha como objetivo principal a conquista da independência do Grão-Pará.
c) a Balaiada (1838-1841), ocorrida no Maranhão e motivada pelos conflitos entre as facções dos Cabanos e dos Bem te vis, grupos que desconsideravam os problemas das camadas populares, e a Sabinada (1837-1838 ), ocorrida na Província da Bahia e motivada pela revolta de populares contra o recrutamento obrigatório.
d) a Guerra dos Farrapos (1835-1848), ocorrida no Rio Grande do Sul e motivada pela insatisfação dos grandes proprietários rurais com a abdicação de D. Pedro I, e a Balaiada (1838-1841), ocorrida no Maranhão e que tinha como principal finalidade a independência da Província do Grão-Pará e Maranhão.
e) a Cabanada (1832-1835), ocorrida no Pará e motivada pela insatisfação dos grandes proprietários de terras com a cobrança de altos impostos sobre o comércio do algodão, e a Guerra dos Farrapos, ocorrida no Rio Grande do Sul (1835-1848) e liderada por monarquistas contra o movimento republicano local.
6 -

A análise do quadro da distribuição étnica no Brasil Imperial, demonstra que

a) a população de africanos, negros brasileiros e índios integrados diminuiu no período do Império, enquanto o número de mulatos e brancos brasileiros aumentou.
b) não ocorreram alterações, em porcentagem, das populações étnicas, no período do Império.
c) a presença da etnia negra no Brasil do século XIX permaneceu inalterada, evidenciando a pouca eficácia das leis abolicionistas do período.
d) no Império predominaram os grupos étnicos europeus e negros africanos, na composição da população brasileira.
e) as populações de brancos brasileiros e de índios integrados mantiveram-se sem alterações durante o Império.
7 -

Articulando aspectos políticos da Segunda Guerra Mundial, os elementos contidos na imagem evidenciam,

a) a derrota da Inglaterra diante dos avanços das tropas alemãs e italianas sobre o mundo europeu.
b) a submissão da Corte Penal Internacional e da Liga das Nações à política militarista e expansionista do Fuhrer e do Duce.
c) a exibição da força de Hitler, sendo apoiado por Mussolini e suas tropas, exercendo coação para que a França integrasse o Eixo Roma-Berlim-Rússia.
d) a imposição feitas pelos líderes políticos da Alemanha e da Itália à Áustria, na assinatura do Tratado de Anschluss, que anexou este último País à Alemanha.
e) o acordo de cessar-fogo e fim de hostilidades entre os governos da França e da Alemanha, estabelecendo as condições para ocupação do território francês pelas tropas alemãs.

Texto VII

Em 1808, como consequência da invasão francesa a Portugal, chega a família real ao Brasil. D. João, o príncipe regente, sua mãe, D. Maria, e ainda fidalgos, oficiais, clérigos, açafatas, que os acompanham nessa desdita que marca o fim do período colonial. A capital do vice-reino terá de absorver todo esse “povo” e acomodar várias secretarias [...].Como manter essa corte e a
ampliação do aparelho burocrático com a penúria do tesouro real ?

(SCHNOOR, Eduardo. Os senhores dos caminhos: a elite na transição para o século XIX. IN : DEL PRIORE, Mary. Revisão do paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p.163)

8 -

As soluções encontradas pela administração para o problema da escassez de recursos necessários à manutenção da corte no Brasil foram

a) a liberação de vultosas somas de empréstimos em dinheiro, pela Inglaterra, ao Estado português e a intensificação do monopólio da metrópole sobre as atividades de produção e comércio praticados no Brasil.
b) o incremento da infraestrutura portuária, adaptando-a ao oferecimento de melhores condições para a navegação de cabotagem, tendo em vista a ampliação da circulação de navios em decorrência da recente medida de abertura comercial.
c) o acirramento da cobrança de impostos sobre a atividade mineradora e a implementação das “fazendas reais”, que, na prática, representaram uma estatização das fazendas de gado em regiões como o Piauí, após a expulsão dos jesuítas.
d) o estímulo ao desenvolvimento da atividade industrial em território brasileiro, associado ao incentivo à vinda de imigrantes que pudessem compor, no mesmo território, um mercado consumidor capaz de sustentar a sanha tributária da corte.
e) além das ações relativas à maior captação de impostos e permissão de livre comércio de bens coloniais não estancados, os administradores portugueses lançaram mão do pedido de auxílio às despesas do Estado, recompensados com a nobilitação dos doadores locais.

Texto VIII

[...]. Ainda assim, por tudo isto e muito mais, a Guerra Fria podia ter sido pior – muito pior. Começou com uma volta do medo e terminou com um triunfo da esperança, trajetória incomum
para grandes convulsões históricas. Podia perfeitamente ter sido de outra maneira, mas o mundo atravessou a segunda metade do século XX sem ver suas mais graves apreensões se concretizarem. Os binóculos de um futuro distante confirmaram isso, pois, se a Guerra Fria tivesse tomado um rumo diferente, talvez não sobrasse ninguém para olhar o passado com os
binóculos. [...].

(GADDIS, John Lewis. História da Guerra Fria. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.p. 258)

9 -

A Guerra Fria (1945 - 1991) marcou a divisão do mundo em dois blocos: um liderado pelos Estados Unidos e outro pela União soviética, gerando um conflito político-ideológico

a) que resultou em alguns episódios de enfrentamento armado entre as principais forças rivais representantes desse fenômeno contemporâneo .
b) com resultados internacionalmente pouco expressivos, pois os conflitos armados aconteceram de forma localizada , sem consequências significativas para os dois blocos.
c) que tem bases na Doutrina Truman, que dividia o mundo nos blocos capitalista, identificado com os ideais democráticos, e comunista, caracterizado pela tirania soviética.
d) que, entre tantos aspectos negativos, produziu uma política de desarmamento, que pode ser apontada como a medida de cautela para o não enfrentamento direto das duas superpotências.
e) que buscou mediar, por meio de acordos diplomáticos, as divergências surgidas entre os países integrantes dos dois blocos, evitando-se, assim, confrontos diretos.

Texto IX

[...] A URSS controlava uma parte do globo, ou sobre ela exercia predominante influência – a zona ocupada pelo Exército Vermelho e/ou outras Forças Armadas comunistas no término da
guerra – e não tentava ampliá-la com o uso de força militar. Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além do hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha hegemonia soviética.

(HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX (1914 – 1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p.224).

10 -

Um olhar histórico sobre a experiência da Guerra Fria permite identificar que os Estados Unidos e a URSS adotaram um comportamento maniqueísta, manifesto em políticas como

a) o Macarthismo, que denunciava suposta infiltração comunista e, nas cidades europeias, estimulava práticas de delações contra funcionários públicos, profissionais liberais e cientistas.
b) a Doutrina Truman, que fornecia apoio ao cidadão norte-americano que se encontrava sob a ameaça do movimento Macarthista.
c) a construção do Muro de Berlim, pela Alemanha Oriental, com objetivo de reduzir a influência do lado ocidental sobre os habitantes do lado oriental da cidade.
d) o Plano Marshall, de finalidade interna, voltado para a recuperação econômica norte-americana no pósguerra.
e) a criação do Conselho de Assistência Mútua e Econômica (Comecon), para integração dos países do Leste Europeu, aberto à participação dos países capitalistas.

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