1 Debruçando-se sobre o estudo do exercício da política, 2 Maquiavel dissecou a anatomia do poder de sua época: dos 3 senhores feudais e da igreja medieval. E, por isso mesmo, por 4 botar o dedo na ferida, foi considerado um autor maldito. 5 Ele se mostra preocupado com o fato de que na política não 6 existem regras fixas. Governar, isto é, tomar atitudes políticas, 7 é um trabalho extremamente criativo e, por isso mesmo, sem 8 parâmetros anteriores. Assim, essa preocupação do filósofo, 9 por incrível que pareça, torna-se um bom instrumento para 10 repensarmos a ética. Hoje, com o fim das garantias 11 tradicionais, estamos todos mais ou menos na posição do 12 príncipe de Maquiavel - isto é, em um mundo de incertezas, 13 dentro do qual temos de inventar nossa melhor posição. 14 É mergulhado nesse mundo de incertezas, de instabilidade 15 social e política, de culto ao individualismo, que construímos 16 nossa identidade, nosso modo de agir. Como seres humanos, 17 nosso fim último é a felicidade. Como indivíduos sociais, 18 precisamos entender que, por melhores que sejam nossos 19 objetivos na vida, os meios para alcançá-los não podem entrar 20 em contradição com a nobreza dos fins. Desse modo, não 21 basta termos fins nobres, é necessário também que os meios 22 para alcançá-los sejam adequados a essa nobreza.
Planeta, jul./2006, p. 59 (com adaptações).
Ao considerar nossos objetivos na vida e a maneira como devemos alcançá-los, a argumentação do texto se apóia no paralelo entre:
a)
política e trabalho. |
b)
Maquiavel e o filósofo. |
c)
o governo e a igreja medieval. |
d)
Maquiavel e os senhores feudais. |
e)
seres humanos e indivíduos sociais. |
No texto, a expressão figurada que indica um uso coloquial, isto é, menos formal da língua, é:
a)
"dissecou a anatomia do poder" (L.2). |
b)
"botar o dedo na ferida" (L.4). |
c)
"parâmetros anteriores" (L.8). |
d)
"garantias tradicionais" (L.10-11). |
e)
"entrar em contradição" (L.19-20). |
No desenvolvimento das relações lógicas do texto, a preocupação de Maquiavel "com o fato de que na política não existem regras fixas" (L.5-6) é "um bom instrumento para repensarmos a ética" (L.9-10) porque:
a)
todo poder corrompe. |
b)
ele era considerado maldito. |
c)
a instabilidade torna as atividades políticas criativas. |
d)
Maquiavel acabou com as garantias individuais. |
e)
não há limites para conquistar a felicidade e o poder. |
Na organização do texto, os termos que se referem a Maquiavel não incluem:
a)
"se" em "Debruçando-se" (L.1). |
b)
"autor maldito" (L.4). |
c)
"Ele" (L.5). |
d)
"filósofo" (L.8). |
e)
"príncipe" (L.12). |
Considerando que intertextualidade é a retomada das idéias de um texto em outro, o texto em questão apresenta intertextualidade entre:
a)
as idéias de Maquiavel e a discussão sobre atitudes políticas atuais. |
b)
o conceito de poder na igreja e dos senhores feudais. |
c)
os instrumentos de governo e a busca da felicidade. |
d)
nobreza de espírito e objetivos de vida. |
e)
filosofia e política. |
1 Podemos criticar nossas leis processuais pelo número 2 exagerado de recursos à disposição dos advogados. Mas, 3 enquanto as regras forem essas, não haverá o que fazer. Mais 4 do que a faculdade, os advogados têm o dever de lutar pelo 5 interesse de seus clientes usando todas as armas da lei. E o 6 Poder Judiciário não pode saltar etapas em um julgamento 7 nem agir de maneira que desrespeite o devido processo legal. 8 Todos gostaríamos que o processo no Brasil fosse ágil e 9 enxuto.
Entrevista com a ministra Ellen Gracie Northfleet. Veja, 12/3/2008 (com adaptações).
O contexto da argumentação desfaz uma possível ambigüidade presente na idéia de:
a)
"exagerado" (L.2). |
b)
"faculdade" (L.4). |
c)
"clientes" (L.5). |
d)
"julgamento" (L.6). |
e)
"ágil" (L.8). |
Mantém-se a correção do texto, tornando-o mais adequado à formalidade do assunto, com a substituição de:
a)
"criticar" (L.1) por criticarmos. |
b)
"forem" (L.3) por foram. |
c)
"haverá" (L.3) por haveremos. |
d)
"saltar" (L.6) por suprimir. |
e)
"gostaríamos" (L.8) por apreciam. |
Assinale a opção correspondente a trecho do texto em que a conjunção marca duas ações paralelas atribuídas ao mesmo sujeito.
a)
"Podemos criticar nossas leis processuais pelo número exagerado de recursos à disposição dos advogados" (L.1-2) |
b)
"enquanto as regras forem essas, não haverá o que fazer" (L.3) |
c)
"os advogados têm o dever de lutar pelo interesse de seus clientes" (L.4-5) |
d)
"o Poder Judiciário não pode saltar etapas em um julgamento nem agir de maneira que desrespeite o devido processo legal" (L.5-7) |
e)
"Todos gostaríamos que o processo no Brasil fosse ágil e enxuto" (L.8-9) |
1 Sabemos que a ferramenta súmula vinculante é 2 poderosa, mas o enunciado tem de ser muito claro e preciso 3 para que os resultados sejam os melhores. Ao tornar-se 4 obrigatória não apenas para as diversas instâncias do Poder 5 Judiciário, mas também para a administração pública, muita 6 boa súmula pode de fato diminuir o número de processos. Na 7 medida em que vincula o poder público a um certo 8 entendimento em questões tributárias ou previdenciárias, por 9 exemplo, ela diminuirá os casos em que o contribuinte sentirá 10 necessidade de recorrer à justiça. Gostaria de ressaltar que a 11 súmula vinculante também aumenta a segurança jurídica. 12 Acabam aquelas situações em que, em um mesmo assunto, um 13 cidadão recebe uma sentença e o seu vizinho, a sentença 14 oposta.
Idem, ibidem.
Assinale a opção em que a forma verbal está empregada em função de dêixis, por referir-se ao sujeito autor do texto.
a)
"tem de ser" (L.2) |
b)
"tornar-se" (L.3) |
c)
"vincula" (L.7) |
d)
"Gostaria" (L.10) |
e)
"recebe" (L.13) |
De acordo com a argumentação do texto, a obrigatoriedade da súmula vinculante pode apresentar, como uma de suas conseqüências,
a)
o emprego de maior clareza ao enunciado. |
b)
a diminuição do número de processos na justiça. |
c)
o acúmulo de questões tributárias para o poder público. |
d)
novas soluções para a segurança pública. |
e)
a uniformização de sentenças nas questões previdenciárias. |
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