O governo brasileiro está certo ao eleger a manutenção do emprego como prioridade, mas isso não bastará para preservar o novo padrão de vida alcançado por milhões de famílias, se os chamados fundamentos da economia forem comprometidos. A redução da pobreza no Brasil, desde a última década, resultou não só do retorno ao crescimento econômico, mas também do controle da inflação e do fortalecimento das políticas sociais. A lembrança destes fatos é particularmente importante neste momento, quando a crise global ameaça lançar milhões de pessoas na miséria, em todo o mundo, e as metas de redução da pobreza − as chamadas Metas do Desenvolvimento do Milênio − parecem tornar-se mais distantes. Com uma indústria importante e diversificada e uma agropecuária eficiente e competitiva, o Brasil tem condições excepcionalmente favoráveis para enfrentar a crise originada nos mercados financeiros do mundo rico. Mas uma parcela considerável de sua população ainda vive em condições precárias e alguns milhões de famílias só recentemente ingressaram no mercado de consumo. Os efeitos sociais mais graves da crise devem ser menos sentidos no Brasil do que em outros países em desenvolvimento, mas nem por isso as autoridades nacionais devem desconsiderar o cenário social descrito no Relatório de Acompanhamento Global preparado pelo Banco Mundial. Segundo esse relatório, o número de pessoas em extrema pobreza aumentará em 2009 devido à crise global. A retração econômica nos países em desenvolvimento deverá jogar na extrema pobreza 55 milhões de pessoas, na melhor hipótese, ou 90 milhões, na menos favorável, segundo o Banco Mundial. Os países de renda baixa serão afetados, de acordo com o relatório, por uma combinação de desastres: redução dos volumes e dos preços de exportação, do dinheiro enviado pelos migrantes, do turismo, do investimento estrangeiro e, talvez, da ajuda oficial. Muitas famílias em países pobres ou em desenvolvimento dependem da ajuda de parentes no exterior. Com o desemprego no mundo rico, essa fonte secou. As maiores vítimas da crise global pouco sabem de economia e finanças e simplesmente batalham para manter suas famílias e conquistar melhores condições de vida. Nos países de renda média como o Brasil, isso pode corresponder a uma geladeira, um televisor, um aparelho de som − comprados a crédito − e, mais importante, mais educação para os filhos.
(O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 26 de abril de 2009, com adaptações)
Uma síntese do texto está apresentada corretamente em:
a)
Estudos baseados em dados recentes evidenciam igualdade de condições de consumo nas diferentes camadas sociais dos países em desenvolvimento. |
b)
Antigos problemas econômicos dos países hoje desenvolvidos foram amenizados com a imposição de um sistema capitalista, que valoriza o consumo. |
c)
O número de brasileiros que saíram da pobreza expandiu a classe média e colocou o país no rumo do desenvolvimento. |
d)
O Brasil enfrenta dificuldades em sua economia devido ao grande número de pessoas que vivem na pobreza, excluídos da sociedade de consumo. |
e)
Um desenvolvimento sustentável para países de grande população só será obtido com maior dinamismo na economia. |
Destaca-se no texto:
a)
a tensão perceptível, mesmo que de forma latente, entre as diversas camadas sociais nos países em desenvolvimento, como o Brasil. |
b)
o papel desempenhado pela classe média no processo de desenvolvimento social e econômico das nações, como vem ocorrendo no Brasil. |
c)
a necessidade de planos econômicos destinados a combater a inflação e mantê-la sob controle no desenvolvimento da economia brasileira. |
d)
a concorrência entre países que se encontram em processo de desenvolvimento no sentido de melhorar as condições de vida da população. |
e)
a sustentabilidade de um processo de mobilidade social, ainda incipiente e pouco estudado na história econômica do Brasil. |
O desafio apontado pelo filósofo, no último parágrafo, se configura como:
a)
incentivos a uma educação especializada da população, capacitando-a para uma real participação na economia de mercado. |
b)
permanência dos benefícios concedidos pelo poder público à população de baixa renda no país. |
c)
manutenção dos ajustes econômicos realizados em anos anteriores, para que se desenvolva uma classe média consumista. |
d)
enfrentamento dos problemas sociais e econômicos decorrentes de crises que afetam a economia do país. |
e)
estímulo ao surgimento de negócios em benefício da classe média, o sustentáculo das transformações sociais no país. |
Respeita-se o sentido do segmento, com outras palavras, em:
a)
após a irrupção do capitalismo = em meio aos conflitos do capitalismo. |
b)
nunca fincou raízes sólidas e duradouras = jamais assumiu tanta importância. |
c)
vislumbrar um salto rumo ao desenvolvimento = permitir uma constante revolução social. |
d)
em um fato inédito na história recente = de maneira desconhecida nos últimos tempos. |
e)
está fadado à estagnação social = sofre tensões de origem social. |
... já haviam detectado esse avanço, que nada mais é senão a recompensa ao ciclo de reformas e ajustes econômicos feitos pelo país desde o Plano Real ... (2.º parágrafo)
O sentido correto do segmento grifado está transposto em:
a)
não significa um prêmio para o ciclo. |
b)
nem se tornou tão significativo no ciclo. |
c)
não se destacou pela importância do ciclo. |
d)
tem sido bastante premiado pelo ciclo. |
e)
é tão-somente o bom resultado do ciclo. |
Comparado ao meio bilhão de novos consumidores que China e Índia produziram na última década, o fenômeno brasileiro pode não impressionar. Mas é notável. (2.º parágrafo)
Em um único período, o sentido das afirmações está corretamente mantido em:
a)
O fenômeno brasileiro é digno de nota, ainda que pareça pouco expressivo se for colocado diante do grandioso aumento de consumidores na China e na Índia, na última década. |
b)
O fenômeno brasileiro não pode chamar tanta atenção, tendo em vista que a comparação entre novos consumidores da China e da Índia na última década se tornou digno de nota. |
c)
Com o imenso número de novos consumidores da China e Índia produzidos na última década, no Brasil não impressiona, mas observa-se o mesmo fenômeno, notável também. |
d)
Nota-se que, comparando os consumidores na China e na Índia que foi produzido na última década, o fenômeno no Brasil não impressiona, apesar de que é notável. |
e)
O fenômeno brasileiro, que se nota, é inexpressivo, embora comparando-se com China e Índia, no grande número de consumidores da última década. |
O resultado disso é que, em um fato inédito na história recente ... (2.º parágrafo)
O segmento grifado refere-se, considerando-se o contexto:
a)
à história de sucesso das nações desenvolvidas. |
b)
ao crescimento de uma sociedade de consumo, devido à redução da pobreza no país. |
c)
ao sucesso dos vários planos econômicos implementados no Brasil. |
d)
à imitação do que ocorreu com a classe média na China e na Índia. |
e)
à redução das tensões sociais com o avanço do consumo. |
... para que esse fenômeno não seja passageiro. (final do texto)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado está na frase:
a)
Houve fases de rápido crescimento ... |
b)
... o país volta a se ver diante da oportunidade ... |
c)
... ao mesmo tempo em que começa a formar uma sociedade de consumo de massa. |
d)
... só o tempo dirá. |
e)
Um país em que a classe média diminua ... |
Com a transposição do segmento grifado para o plural, a forma verbal que deverá permanecer no singular está na frase:
a)
Esse fenômeno chegou tardiamente ao Brasil ... |
b)
... o país chegou a vislumbrar um salto ... |
c)
Trata-se da mais recente evidência ... |
d)
... esse avanço, que nada mais é senão a recompensa ... |
e)
É sempre uma boa notícia ... |
O que se pode atestar com certeza ... (último parágrafo)
Mantém-se corretamente a voz passiva do verbo grifado acima, respeitando seu sentido original, caso seja feita a substituição por:
a)
pode ser atestado. |
b)
é possível atestar. |
c)
se havia atestado. |
d)
tem sido atestado. |
e)
seria possível atestar. |
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