A economia do Nordeste beneficiou-se, principalmente, de um modelo econômico que priorizou a demanda. A expansão dos programas sociais e, sobretudo, o aumento do salário mínimo tiveram sobre a região um impacto bem maior do que no restante do país. A economista Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), lembra que metade das famílias que ganham um salário mínimo se encontra no Nordeste. A população nordestina também absorve 55% do orçamento destinado ao Bolsa Família. "Pela estrutura de renda da região, mais baixa que no resto do país, o efeito das políticas que mexeram com a renda foi maior aqui. O aumento dessas receitas impulsionou o consumo e atraiu investimentos, especialmente dos grandes grupos de alimentos, bebidas, varejistas e distribuição de alimentos."
Investimentos em infraestrutura, como a duplicação da BR-101, a transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina injetaram bilhões na economia e ajudaram a dinamizar a construção civil, assim como os investimentos da Petrobras – que asseguraram à indústria naval a demanda necessária para voltar a investir depois de mais de uma década sem produzir um único navio.
A interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste, especialmente nas cidades médias. É o caso de Caruaru, um dos municípios que mais crescem na região. Nos últimos anos, a "Princesa do Agreste", mais conhecida por suas confecções e pelas feiras que movimentam milhões de reais, atraiu estudantes e professores de todos os lugares e observou uma profunda transformação em seus hábitos.
A outra face do "novo Nordeste" está no campo. Nas áreas de Cerrado, como no oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o agronegócio avança e transforma chapadões em imensas propriedades produtoras de soja. No Semiárido, onde as condições são bem menos favoráveis, o aumento dos recursos destinados a financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos pequenos ajudam a mudar a vida das pessoas. É o que se observa em Picos, polo produtor de mel e caju no sertão do Piauí.
(Gerson de Freitas Jr., Carta Capital, 15 de dezembro de 2010, p. 24, com adaptações)
A(s) questão(ões) a seguir baseia(m)-se no texto abaixo.
De acordo com o texto, o aumento da demanda no Nordeste se deu, principalmente,
a)
devido ao fato de que a maior parte da população nordestina recebe apenas o salário mínimo. |
b)
em consequência dos recursos trazidos pelos programas sociais e pelo aumento do salário mínimo. |
c)
em razão do estabelecimento na região de diversos distribuidores de alimentos e de bebidas. |
d)
pela transformação de áreas antes pouco aproveitáveis em produtoras de grãos, como a soja. |
e)
pelas mudanças ocorridas em cidades médias, que se tornaram polos de desenvolvimento tecnológico. |
É correto concluir do que foi afirmado no 2.° parágrafo que:
a)
a infraestrutura existente em todo o Nordeste permitiu o avanço econômico da região. |
b)
a transposição do rio São Francisco deverá permitir a expansão de toda a indústria naval. |
c)
a construção de uma ferrovia facilitará o transporte de alimentos em toda a região, beneficiando a agricultura familiar. |
d)
os investimentos propiciaram a ampliação da oferta de empregos, fato que resultou no crescimento da construção civil. |
e)
a produção de novos navios era necessária para a atuação mais efetiva da Petrobras na região nordestina. |
Observa-se relação entre uma situação e seu efeito nas seguintes afirmativas do texto:
a)
o aumento da renda familiar e maiores investimentos, especialmente na área da alimentação. |
b)
as obras de transposição do rio São Francisco e a construção da ferrovia Transnordestina. |
c)
a instalação de universidades federais em cidades do interior e a criação de novos institutos tecnológicos. |
d)
o desenvolvimento de uma agricultura familiar em algumas regiões e os investimentos em infraestrutura. |
e)
os novos investimentos na agricultura familiar e o avanço do agronegócio no campo. |
A interiorização das universidades federais e a criação de novos institutos tecnológicos também mudam a cara do Nordeste... (3.º parágrafo)
O mesmo tipo de complemento grifado acima está na frase:
a)
... que mexeram com a renda ... |
b)
... que mais crescem na região. |
c)
... que movimentam milhões de reais ... |
d)
A outra face do "novo Nordeste" está no campo. |
e)
... onde as condições são bem menos favoráveis ... |
Considere as afirmativas seguintes:
I. As aspas que aparecem no 1.º parágrafo isolam um trecho que reproduz as palavras da economista citada.
II. Na expressão "Princesa do Agreste" (3.º parágrafo) as aspas assinalam a forma como é conhecida popularmente a cidade de Caruaru.
III. Em A outra face do "novo Nordeste" (4.º parágrafo), as aspas chamam a atenção para o que é dito no texto sobre o atual desenvolvimento observado em toda a economia nordestina.
Está correto o que consta em:
a)
I, apenas. |
b)
III, apenas. |
c)
I e II, apenas |
d)
II e III, apenas. |
e)
I, II e III. |
A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:
a)
Muitos migrantes nordestinos, que se retiraram para o Sudeste em busca de melhores condições de vida, estão voltando agora para sua região, atraídos pelo bom desempenho da economia. |
b)
Os investimentos anunciados para o complexo industrial do Porto de Suape, onde se encontra o estaleiro Atlântico Sul, modificou radicalmente a dinâmica da economia da região. |
c)
Várias empresas, brasileiras e multinacionais, que se instalou no complexo do Porto de Suape estão gerando dezenas de milhares de empregos à população, antes sem qualquer opção de trabalho. |
d)
Para todos aqueles que vive na região, a abertura de postos de trabalho significaram a possibilidade de planejar a vida, com projetos de longo prazo, aliados à renda e à estabilidade. |
e)
O desenvolvimento de tecnologias portadoras de futuro, referência às inovações tecnológicas, resultaram no surgimento de um dos ambientes mais ricos do país na área de inovação e empreendedorismo. |
Descendo o rio Negro, no Amazonas, o contraste da frondosa copa de uma árvore, muito acima das outras, atiça a ir ao seu encontro. Deve ser uma sumaumeira, que um livro de viagem apresenta como tendo no máximo 40 metros de altura. Para o piloto da embarcação, descendente dos índios baniwa, ia pra lá dos 50, e seu tronco não podia ser abraçado ao mesmo tempo pelos guerreiros de uma tribo. Era necessário conferir.
A visão era inverossímil. A sumaúma, com seu tronco desmedido, escorado por raízes enormes, verdadeiros contrafortes, é uma verdadeira obra-prima. Da família Bombacaceae (Ceiba pentandra), é também conhecida como árvore-da-seda, árvore-da-lã, ceiba, paina-lisa. Espécie tropical, é um dos gigantes da floresta amazônica. Encontrada nas matas de várzea e em áreas periodicamente alagadas, apresenta raízes tabulares, as sapopemas, que podem atingir, dependendo da idade, comprimentos superiores a 7 metros. As flores têm pétalas brancas; o fruto, uma cápsula fusiforme com 10 centímetros, provido de pequenas sementes envoltas por pelos, ou painas. Na iminência de um temporal, o enorme tronco, que armazena grande quantidade de líquido, dá uma descarga de água para as raízes – resultado da variação atmosférica. Ouve-se à distância o ruído do movimento da água.
O barulhão da sumaumeira rendeu uma das mais difundidas histórias da Amazônia. Segundo a crença, o Curupira é o responsável pelo estrondo na mata. Armado com um casco de jabuti, ele bate com força nas sapopemas, a fim de verificar se elas estão fortes para resistir às tempestades. Para os índios ticuna, a sumaúma nos remete à formação da Amazônia: "No princípio estava tudo escuro, sempre frio e sempre noite. Uma enorme sumaumeira fechava o mundo, e por isso não entrava claridade na terra. Quando a árvore caiu, a luz apareceu. Do tronco formou-se o rio Amazonas. De seus galhos surgiram outros rios e igarapés."
Da imaginação para a realidade, o que é certo é que ao seu redor se realizam rituais de fertilidade, fartura, prosperidade e assembleias gerais, em que se discutem os interesses da tribo. É a árvore da troca, das crenças, da vida. Um monumento da natureza.
(Heitor e Silvia Reali. Brasil - Almanaque de cultura popular. São Paulo: Andreato Comunicação e Cultura, Dezembro 2006, Ano 8, n. 92, p. 23, com adaptações)
A(s) questão(ões) a seguir baseia(m)-se no texto abaixo.
É correto concluir do texto que a sumaumeira:
a)
é um tipo de árvore raro na floresta amazônica, porque ocupa espaço em demasia, nem sempre possível no meio das outras árvores. |
b)
faz parte dos mitos dos índios ticuna, que lhe atribuem caráter sagrado, tomando decisões e realizando rituais à volta dela. |
c)
parece ser bastante frágil, apesar do tamanho, pois precisa de cuidados especiais das tribos indígenas da região para resistir à força dos temporais. |
d)
provoca afastamento daqueles que a avistam na floresta, pelos inexplicáveis ruídos que ocorrem ao seu redor. |
e)
deve ser vista mais como lenda ou imaginação, do que como um exemplar de uma espécie da floresta amazônica. |
De acordo com o texto, o fenômeno da variação atmosférica:
a)
determina a ocasião favorável para a realização de rituais indígenas. |
b)
justifica a frondosa copa da sumaúma, árvore característica da Amazônia. |
c)
gera a quantidade de água necessária para o tronco da sumaumeira. |
d)
esclarece cientificamente as razões do ruído provocado pela sumaumeira. |
e)
controla a ocorrência de fortes temporais na região de floresta amazônica. |
Em relação ao desenvolvimento do texto, está INCORRETO o que se afirma em:
a)
Há informações específicas sobre a família a que per- tence a sumaumeira, principalmente no 2.º parágrafo. |
b)
Há, no 3.º parágrafo, transcrição de relato de lenda indígena que explica, no terreno mítico, a formação dos rios da região amazônica. |
c)
Os autores acolhem como verdadeiras as explicações indígenas para o estranho comportamento da sumaumeira. |
d)
Identificam-se impressões pessoais dos autores, desumbrados com a imponência da sumaumeira avistada na floresta. |
e)
A realização de ritos em torno da sumaumeira demonstra a veneração que os indígenas dedicam a essa árvore. |
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